Trabalhar a favor da Santa Casa

Não que devamos esquecer atitudes passadas, ainda mais quando merecem ser reverberadas para que agentes políticos tenham maior cuidado com as coisas do povo. Mas, até porque a repetição fica enfadonha, vale pinçar o ato do prefeito Edinho Silva, desta semana, ao entregar o equipamento de videolaparoscopia à Santa Casa de Misericórdia. É disso que o povo gosta, é disso que a Santa Casa precisa para atender aos pacientes da região de Araraquara, com a atenção que eles merecem na hora incerta. Assim, que os horizontes consigam mostrar atitudes convergentes que possam ser entendidas como a somatória de gente perecível, mas, voltada à construção do bem. Especialmente para atender pessoas necessitadas.

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Existe uma ação de apropriação indébita, que tramita na Comarca de Araraquara, que não faz justiça à dedicação de pessoas que há muitos anos vinham lutando pela Santa Casa. Entre comprar alimento e remédio aos pacientes (procedimentos mal pagos pelo SUS) ou pagar salário aos trabalhadores e recolher o INSS (na maioria das vezes com empréstimo bancário e endosso particular), tais pessoas faziam a opção pelo humano, mais premente, sem pensar em eventual consequência jurídica. Pensaram no semelhante e hoje sofrem na carne a ação penal e vêem a família sofrer pela proximidade afetiva. Isso não poderia tramitar, não deveria prosperar. Aqui, um contraponto ao ditado do editorial dessa semana (ao comentar sobre a distribuição de ações aos cotistas conhecidos da C.T.A., o editorial diz que pode ser legal mas é imoral): a atitude de mesários da Santa Casa (descontar o INSS dos trabalhadores e deixar de recolher aos cofres federais), pode ter sido ilegal, efetivamente contrariou as normas da previdência, mas, foi profundamente moral, humana, fraterna e solidária num país que cuida mal da saúde pública e obriga os que podem um pouco mais a buscar Plano de Saúde para a tal hora incerta. Isso, por outro lado, leva milhares aos planos particulares que, pela demanda extraordinária, acabam também oferecendo filas e comissão para autorizar procedimentos.

Isso posto, diante da situação real, que se tenha muito cuidado ao exarar sentença condenatória ou veicular procedimento preparatório na esteira do MP, máxime quando sabemos no dia-a-dia o que é um crime verdadeiro e quem são os assassinos da fé e esperança do brasileiro que sonha com um mundo melhor, com menos injustiças.

Pelo respeito ao Judiciário, permitimo-nos lembrar que no meio de uma ação tem gente boa que não merece a posição vexatória de réu. Só a denúncia já se constituiu numa injustiça inominável. Infelizmente pouco (ou nada) se ouve dos segmentos que dão imagem à nossa sociedade. Uma omissão… porque poucos encontram tempo para olhar o outro caminhante.

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