Terezinha Bellote Chaman (*)
"Dispomos de mais tempo para nós, quando dedicamos mais tempo aos outros".
Bom dia. Milagres existem. Você acredita? Leia o fragmento da palestra do rabino Issocher Frand.
No mês de agosto de 2001, Moshê, um bem sucedido empresário judeu, viajou para Israel a negócios. Na quinta-feira, dia nove, entre uma reunião e outra, o empresário aproveitou para ir fazer um lanche rápido em uma pizzaria, na esquina das ruas Yafo e Mêlech George, no centro de Jerusalém. O estabelecimento estava superlotado. Logo ao entrar na pizzaria, Moshê percebeu que teria de esperar muito tempo numa enorme fila, se realmente desejasse comer alguma coisa – mas ele não dispunha de tanto tempo.
Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do céu. Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelense perguntou-lhe se ele aceitaria entrar na fila, na sua frente. Mais do que agradecido, Moshê aceitou. Fez seu pedido, comeu rapidamente e saiu em direção à sua próxima reunião. Menos de dois minutos após ter saído, ele ouviu um estrondo aterrorizador. Assustado, perguntou a um rapaz que vinha pelo mesmo caminho, que ele acabara de percorrer, o que acontecera. O jovem disse que um homem-bomba acabara de detonar um explosivo, na pizzaria Sbarro's. Moshê ficou branco. Por apenas dois minutos, ele escapara do atentado. Imediatamente, lembrou-se do homem israelense que lhe oferecera o lugar na fila. Certamente ele ainda estava na pizzaria. Aquele sujeito salvara a sua vida e agora poderia estar morto. Atemorizado, correu para o local do atentado, para verificar se aquele homem necessitava de ajuda. Mas encontrou uma situação caótica no local. A Jihad Islâmica enchera a bomba do suicida com milhares de pregos, para aumentar seu poder destrutivo. Além do terrorista, de vinte e três anos, outras dezoito pessoas morreram, sendo seis crianças. Cerca de outras noventa pessoas ficaram feridas, algumas em condições críticas. As cadeiras do restaurante estavam espalhadas pela calçada. Pessoas gritavam e acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras tentando ajudar de alguma forma. Entre feridos e mortos estendidos pelo chão, vítimas ensangüentadas eram socorridas por policiais e voluntários. Uma mulher com um bebê coberto de sangue implorava ajuda.
Um dispositivo adicional já estava sendo desmontado pelo exército.
Moshê procurou seu “salvador”, entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu encontrá-lo. Ele decidiu que tentaria de todas as formas saber o que acontecera com o israelense, que lhe salvara a vida. Moshê estava vivo por causa dele. Precisava saber o que acontecera, se ele precisava de alguma ajuda e, acima de tudo, agradecer-lhe por sua vida. O senso de gratidão fez com que esquecesse a importante reunião que o aguardava. Ele começou a percorrer os hospitais da região, para onde tinham sido levados os feridos. Finalmente, encontrou o israelense num leito de um dos hospitais. Ele estava ferido, mas não corria risco de morte. Moshê conversou com o filho daquele homem, que estava acompanhando seu pai, contou tudo o que acontecera. Disse que faria tudo que fosse preciso por ele. Que estava extremamente grato àquele homem e que lhe devia sua vida. Depois de alguns momentos, Moshê se despediu do rapaz e deixou seu cartão com ele. Caso seu pai necessitasse de qualquer tipo de ajuda, o jovem não deveria hesitar em comunicá-lo. Quase um mês depois, Moshê recebeu um telefonema, em seu escritório em Nova Iorque, daquele rapaz, contando que seu pai precisava de uma operação de emergência. Segundo especialistas, o melhor hospital para fazer aquela delicada cirurgia fica em Boston, Massachussets. Moshê não hesitou. Arrumou tudo para que a cirurgia fosse realizada dentro de poucos dias. Além disso, fez questão de ir pessoalmente receber e acompanhar seu amigo em Boston. Talvez outra pessoa não tivesse feito tantos esforços apenas pelo senso de gratidão. Outra pessoa poderia ter dito “Afinal, ele não teve intenção de salvar a minha vida: apenas me ofereceu um lugar na fila…” Mas, não Moshê. Ele se sentia profundamente grato, mesmo um mês após o atentado. E ele sabia como retribuir um favor. Naquela manhã de terça-feira, Moshê foi pessoalmente acompanhar seu amigo e deixou de ir trabalhar. Sendo assim, pouco antes das nove horas da manhã, naquele dia onze de setembro de 2001, Moshê não estava no seu escritório, no 63º andar do World Trade Center.
Obs.: se desejar todos os dias praticar o "Teste o seu Português" e além disso, aprender uma deliciosa receita, assista ao programa "Chef" Allan, o Mestre-Cuca. De segunda a sexta-feira às 19h pela CNT – Central Nacional de Televisão. A profª. Terezinha participa todos os dias.
Vamos ao nosso "Teste o seu Português" de hoje.
1- O que significa mixórdia, no contexto?
Essa mixórdia? Só poderia acontecer com você!
a ( ) desgraça;
b ( ) violência;
c ( ) desordem;
d ( ) idiotice.
2 – O que significa exógeno, no contexto?
"As plantas transgênicas possuem material genético exógeno."
a ( ) de fora;
b ( ) desaconselhável;
c ( ) ruim;
d ( ) diferente.
3 – Foi uma eleição ____________. Assim diz a oposição.
a ( ) fraudolenta;
b ( ) fraodolenta;
c ( ) flaudulenta;
d ( ) fraudulenta.
4 – ___________ é um pequeno mamífero roedor, de pêlo macio, muito procurado para se fazer agasalhos.
a ( ) Chinxila;
b ( ) Xinchila;
c ( ) Chinchila;
d ( ) Xinxila.
5 – Ainda bem que houve a ____________ de todos os funcionários.
a ( ) reabsorção;
b ( ) reabesorção;
c ( ) reabisorção;
d ( ) reabsorsão.
6 – O que significa revel, no contexto?
Era um revel, ia até as últimas conseqüências.
a ( ) obstinado;
b ( ) maluco;
c ( ) inocente;
d ( ) avarento.
7 – O atual governo vai fazer o Brasil entrar no ___________.
a ( ) prumo;
b ( ) plumo.
8 – O que significa batoré, no contexto?
Era um batoré, que vivia arrumando confusão.
a ( ) beberrão;
b ( ) homem alto e magro;
c ( ) aventureiro;
d ( ) homem baixo e corpulento.
9 – O que significa ai-jesus, no contexto?
Joãozinho era o ai-jesus da vizinhança.
a ( ) pestinha;
b ( ) sujinho;
c ( ) queridinho;
d ( ) safadinho.
10 – Aquele artista ___________ das cinzas.
a ( ) ressurjiu;
b ( ) resurgiu;
c ( ) reçurjiu;
d ( ) ressurgiu.
(*) Professora de Língua Portuguesa, com especialização em Lingüística de Texto. Mestre em Comunicação pela UNESP de Bauru – SP e Doutoranda em Comunicação e Semiótica pela PUC SP, Jornalista e produtora do quadro "Teste o seu Português", Programa "Chef" Allan, o Mestre-Cuca – CNT – Central Nacional de Televisão.
Respostas:
Resp 1.: Essa mixórdia? Só poderia acontecer com você!
c – No contexto, mixórdia significa: desordem, confusão.
Resp 2.: "As plantas transgênicas possuem material genético exógeno."
a – No contexto, exógeno significa: de fora, exterior, externo.
Resp 3.: d – Foi uma eleição fraudulenta. Assim diz a oposição.
Fraudulenta (= efetuada por meio de fraude, de charlatanismo, dolosa).
Resp 4.: c – Chinchila é um pequeno mamífero roedor, de pêlo macio, muito procurado para se fazer agasalhos.
Resp 5.: a – Ainda bem que houve a reabsorção de todos os funcionários.
Reabsorção (= reaproveitamento).
Resp 6.: Era um revel, ia até as últimas conseqüências.
a – No contexto, revel significa: obstinado, que se rebela, rebelde.
Resp 7.: a – O atual governo vai fazer o Brasil entrar no prumo.
Prumo = direção, rumo, curso.
Diz-se: Entrar no prumo.
Retomar o prumo.
Resp 8.: Era um batoré, que vivia arrumando confusão.
d – No contexto, batoré significa: homem baixo e corpulento.
Resp 9.: Joãozinho era o ai-jesus da vizinhança.
c – No contexto, ai-jesus significa: queridinho, predileto.
Resp 10.: d – Aquele artista ressurgiu das cinzas.
Ressurgiu (= surgiu novamente, reapareceu).
OBS.: Colunista semanal dos jornais Diário do Grande ABC (SP) e Jornal de Araraquara (SP), Jornal Independente – Dois Córregos (SP), Tribuna do Norte – Natal (RN), Jornal de Nova Odessa (SP), Diário da Franca – Franca (SP) e Diário de Sorocaba – Sorocaba (SP) – Jornal de Itatiba – Itatiba (SP) – O Liberal Regional – Araçatuba (SP) – Diário da Serra – Tangara da Serra (MT).