Prof.ª Dr.ª Terezinha de Jesus Bellote Chaman (*)
"Não seja como um lago, satisfeito dentro de seus limites; mas como um oceano, procure abrir-se para um horizonte infinito".
AMAR BONITO
Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito seu amor. Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil, que ninguém aceita aprender… Tenho visto muito amor por aí. Amores mesmo: bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva. Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos. Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras. Aí, esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais, de repente se percebem ameaçados e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram, exigem, rotinizam, descuidam, reclamam, deixam de compreender, necessitam mais do que oferecem, precisam mais do que atendem, enchem-se de razões.
Sim, de razões. Ter razão é o maior perigo no amor. Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Nem queira!!! Ter razão é um perigo: em geral, enfeia um amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão. Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito? De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível? Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você separa do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer. Quem espera mais do que isso sofre e, sofrendo, deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança. E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito. Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama. Saia cantando e olhe alegre. Recomendações: encabulamentos, ser pego em flagrante gostando, não se cansar de olhar e olhar, não atrapalhar a convivência com teorizações, adiar sempre se possível com beijos ‘aquela conversa importante que precisamos ter’, arquivar, se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida. Para quem ama, toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda a atenção possível. Quem ama bonito não gasta tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter. Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores, que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine cheia de brinquedos dos nossos sonhos); não teorize sobre o amor, ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora. Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade, abrir o coração, contar a verdade do tamanho do amor que sente; não dar certo e depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito). Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabiamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs. Falando besteiras, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração bater como no tempo do Natal infantil. Revivendo os caminhos que intuiu em criança. Sem medo de dizer eu quero, eu estou com vontade. Deixe o seu amor ser a mais verdadeira expressão de tudo que você é. Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições. Cuide agora da forma do amor. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz. (Artur da Távola).
Teste o seu Português
01 – O que significa sicofanta, no contexto?
Trata-se de um verdadeiro sicofanta.
a ( ) um cara legal;
b ( ) impostor;
c ( ) um pobre coitado;
d ( ) proletário.
02 – Na maior _____________, o camarada deixou o restaurante sem pagar a conta.
a ( ) desfaçatez;
b ( ) desfassates;
c ( ) desfaçates;
d ( ) desfassatez.
03 – Obstáculo significa:
a ( ) empescilio;
b ( ) empecilho;
c ( ) empesilho;
d ( ) empessilio.
04 – O que significa camajojo, no contexto?
Nunca vi um animal tão camajojo!
a ( ) feio;
b ( ) violento;
c ( ) enorme;
d ( ) pequeno.
05 A atriz foi presenteada com uma _____________ de flores.
a ( ) corbeia;
b ( ) corbelha;
c ( ) corbelia;
d ( ) corbelhia.
06 Seja inteligente, puxe pelo seu ______________.
a ( ) rasciocínio;
b ( ) rassiosínio;
c ( ) raciocínio;
d ( ) raciossínio.
07 – Brevemente, irei às ____________ de meu sobrinho.
a ( ) núpcias;
b ( ) núpicias;
c ( ) núpsias;
d ( ) núpiscias.
08 – O que significa muchacho, no contexto?
Ele é apenas um muchacho. Você deve perdoá-lo.
a ( ) pobre coitado;
b ( ) um mexicano;
c ( ) moço;
d ( ) aprendiz.
09 – Percorri _____________ km, de Araraquara ao Rio de Janeiro.
a ( ) seisentos;
b ( ) seicentos;
c ( ) seis-centos;
d ( ) seiscentos.
10 – O que significa zaronga, no contexto?
Você concorda, quando dizem que ele é zaronga?
a ( ) apressado;
b ( ) bonito;
c ( ) beberrão;
d ( ) doido.
(*) Pesquisadora do GEPEFA Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Famílias.
Respostas:
Resp 1.: Trata-se de um verdadeiro sicofanta.
b No contexto, sicofanta significa: impostor, velhaco, delator.
Resp 2.: a Na maior desfaçatez, o camarada deixou o restaurante sem pagar a conta.
Desfaçatez (= atrevimento, cinismo).
Resp 3.: b Obstáculo significa empecilho.
Resp 4.: Nunca vi um animal tão camajojo!
c No contexto, camajojo significa: enorme, gigantesco.
Resp 5.: b A atriz foi presenteada com uma corbelha de flores.
Corbelha (= pequena cesta para flores, frutas ou brindes).
Resp 6.: c Seja inteligente, puxe pelo seu raciocínio.
Raciocínio (= elaboração de um juízo).
Resp 7.: a Brevemente, irei às núpcias de meu sobrinho.
Núpcias (= casamento e festividades correspondentes).
Resp 8.: Ele é apenas um muchacho. Você deve perdoá-lo.
c No contexto, muchacho significa: moço, rapaz, pessoa jovem.
Resp 9.: d Percorri seiscentos km, de Araraquara ao Rio de Janeiro.
Seiscentos (6 vezes 100 = seiscentos).
Resp 10.: Você concorda, quando dizem que ele é zaronga?
d No contexto, zaronga significa: doido.
OBS.: Colunista semanal dos jornais Diário do Grande ABC (SP)~e Jornal de Araraquara (SP), Jornal Independente Dois Córregos (SP), Tribuna do Norte Natal (RN), Jornal de Nova Odessa (SP), Diário da Franca Franca (SP) e Diário de Sorocaba Sorocaba (SP) Jornal de Itatiba Itatiba (SP) O Liberal Regional Araçatuba (SP) Diário da Serra Tangara da Serra (MT) Gazeta Penhense Penha/SP.