Prof.ª Dr.ª Terezinha Bellote Chaman (*)
Uma flor nasceu!
Façam completo silêncio,
garanto que uma flor nasceu.
Furou o asfalto, o tédio,
o nojo e o ódio!
Garanto que uma flor nasceu! (Drummond, p. 172-173, 1968).
Eis GEPEFA.
Nos dias 15 e 16 de outubro, aconteceu na UNESP/Franca o III Encontro Nacional de Pesquisas sobre Famílias "Prof. Dr. Pe. Mário José Filho" (ENPEFA). Evento bastante prestigiado, organizado pelo Grupo de Estudos e Pesquuisas sobre Famílias (GEPEFA). Feita a abertura, dia 15, foi proferida uma homenagem à querida Dr.ª Ana Cristina Nassif Soares, lida por Nayara Hakime~Dutra Oliveira (Prof.ª, Dr.ª, Coordenadora do GEPEFA).
Adentremos a esta homenagem, buscando respaldo em Arendt: "A história acolhe em sua memória aqueles mortais que, através de feitos e palavras, provaram-se dignos da natureza, e sua fama eterna significa que eles, em que pese sua mortalidade, podem permanecer na companhia das coisas que duram para sempre".
Partamos da profissão de fé do Prof. Dr. Pe. Mário José Filho, um dos fundadores do GEPEFA:
"Acredito na família!
Ela é o lugar privilegiado onde a vida é transmitida,
Ambiente ideal,
para se cultivar o amor entre as pessoas.
O fundamento da sociedade.
Local de segurança, respeito, dignidade.
Acredito na família!"
Pe. Mário, você está conosco neste 3.º ENPEFA e assiste, sorrindo, a esta homenagem à nossa querida Dr.ª Ana Cristina Nassif Soares.
Em Vidas Desperdiçadas, o filósofo polonês Bauman alerta-nos: onde não há pensamento a longo prazo, dificilmente pode haver um senso de destino compartilhado, um sentimento de irmandade, um impulso de cerrar fileiras, ficar ombro a ombro ou marchar no mesmo passo. A solidariedade tem pouca chance de brotar e fincar raízes. Os relacionamentos destacam-se, sobretudo, pela fragilidade e superficialidade.
Vivemos a era da modernidade líquida, fluida. Ainda, nas palavras de Bauman: "Seria imprudente negar, ou mesmo subestimar, a profunda mudança que o advento da modernidade fluida produziu na condição humana". Assim, a Universidade necessita de homens, não só intelectuais profundos, intelectuais que, defendendo suas opções e crenças, abram espaço para o Outro, acolham com sabedoria, sorriam, fortaleçam laços. Eis aqui, em rápidas pinceladas, Ana Cristina Nassif Soares, que tão bem sabe administrar a convivência com o Outro. Com sapiência, tão bem faz-nos encontrar o próprio caminho, permitindo-nos construir o risco de nosso próprio bordado. Graduandos, mestrandos, doutorandos, mestres e doutores, gepefianos que somos: assim nós a vemos e a sentimos, Dr.ª Ana Cristina.
Mas, não é verdade que tudo termina… tudo começa!
Barthes revela-nos:
"Há uma idade em que se ensina o que se sabe; mas vem em seguida outra, em que se ensina o que não se sabe: isso se chama pesquisar. Vem talvez, agora, a idade de uma outra experiência, a de desaprender, de deixar trabalhar o remanejamento imprevisível que o esquecimento impõe à sedimentação dos saberes, das culturas, das crenças que atravessamos. Essa experiência tem, creio eu, um nome ilustre e fora de moda, que ousarei tomar aqui, sem complexo, na própria encruzilhada de sua etimologia: sapientia nenhum poder, um pouco de saber, um pouco de sabedoria, e o máximo de sabor possível".
Que a fluidez, a liquidez dos vínculos, marcas, estigmas da sociedade atual, não nos torne apenas espectadores e desperdiçadores da vida, mas, espelhando-nos na caminhada de Ana Cristina, possamos mesclar do máximo sabor possível os nossos relacionamentos. Nós, os Gepefianos, somos gratos por você existir! (Terezinha J. Bellote Chaman, Prof.ª, Dr.ª.).
Eis como o III ENPEFA aconteceu: 15/10 19h Apresentação Cultural, 19h30m conferência de abertura – "Tempos conservadores, crises societárias: impactos nas famílias" Prof.ª Dr.ª Maria Lúcia Martinelli (PUC/SP).
16/10 9h30m mesa redonda "O trabalho com famílias no Serviço Social Judiciário Brasileiro: conquistas e desafios". Bruno Cesar Pereira (TJ/SP) e Dr. Mateus Beordo (TJ/SP). 13h30m apresentação oral de trabalhos científicos. 19h Apresentação Cultural. 19h30m conferência de encerramento – "Os estudos e as pesquisas sobre famílias no Brasil: avanços e retrocessos históricos" Prof.ª Dr.ª Regina Célia Tamaso Mioto (UFSC/Florianópolis).
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01 Vamos parar com esse ___________. Aqui é um local de trabalho.
a ( ) boxixo;
b ( ) buxixo;
c ( ) bochicho;
d ( ) buchicho.
02 Quem se dedica à produção de horta, pomar ou granja é um:
a ( ) horti-fruti-granjeiro;
b ( ) horti fruti granjeiro;
c ( ) hortifrutigranjeiro;
d ( ) hortifruti-granjeiro.
03 Sem dúvida, Roberto Carlos é um cantor ___________.
a ( ) ecelso;
b ( ) escelso;
c ( ) excelso;
d ( ) esselso;
e ( ) exelso.
04 Aquele jovem e muito _______________. Não conversa com ninguém.
a ( ) encapsulado;
b ( ) encapisulado;
c ( ) encapissulado;
d ( ) encapçulado.
05 Um barulho ______________ aconteceu na rua, nesta madrugada.
a ( ) ensurdessedor;
b ( ) ensurdecedor;
c ( ) ençurdesedor;
d ( ) ensurdesedor.
(*) Pesquisadora do GEPEFA Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Famílias.
Respostas
Resp 1.: b – Vamos parar com esse buxixo. Aqui é um local de trabalho.
Buxixo linguagem coloquial (= falatório).
Resp 2.: c – Quem se dedica à produção de horta, pomar ou granja é um hortifrutigranjeiro. (Volp p. 443).
Resp 3.: c Sem dúvida, Roberto Carlos é um cantor excelso.
Excelso (= excelente, admirável).
Resp 4.: a Aquele jovem e muito encapsulado. Não conversa com ninguém.
Encapsulado (= introvertido).
Resp 5.: b – Um barulho ensurdecedor aconteceu na rua, nesta madrugada.
Ensurdecedor (= muito forte, estrondoso).
OBS.: Colunista semanal dos jornais Diário do Grande ABC (SP)~e Jornal de Araraquara (SP), Jornal Independente Dois Córregos (SP), Tribuna do Norte Natal (RN), Jornal de Nova Odessa (SP), Diário da Franca Franca (SP) e Diário de Sorocaba Sorocaba (SP) Jornal de Itatiba Itatiba (SP) O Liberal Regional Araçatuba (SP) Diário da Serra Tangara da Serra (MT).