Teste o seu Português (671)

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Marli do Carmo Bellote

Prof.ª Dr.ª Terezinha de Jesus Bellote Chaman (*)

“La única lucha que se pierde és la que se abandona! Por eso, ni um paso atrás!” (Madres de Plaza de Mayo).

“Eu só queria que alguém me dissesse: sobe ali, ela está sentada na sala, esperando por você.

Ou então, liga neste número, ela vai atender.

Sim, minha Mãe, eu andaria todas as distâncias do mundo, só para ter cinco minutos do seu tempo, do seu abraço e da sua atenção.” (Pe. Fábio de Mello).

Ao falar, suscito uma questão. Ao escrever… também. Dando voz a Meyer (1993) comunicar consiste em abandonar nossos pensamentos à inferência de outrem e fornecer-lhe os meios de os alcançar, para que a comunicação seja eficaz. Nesse sentido, a lógica das ciências humanas é uma lógica da questão. Então… o mundo se move… não pelas respostas… mas pelas questões. Ainda trazendo Meyer, a primeira etapa da comunicação é fazer conhecer essa questão.

O mês de dezembro traz em seu bojo muitas recordações. Suscita em nós lembranças da infância, adolescência, enfim traz-nos a família que nos gerou: suas raízes e seus frutos.

Evoca-nos o tempo. Mas, o que é o tempo? O passado, o futuro?

Santo Agostinho, em suas Confissões, ensina-nos: “O que é um tempo passado? Como sei que ele passa? Onde ele está? O que é um tempo futuro? Onde ele está? O que é o tempo, afinal? E a eternidade?”

Ah! dezembro, mês das dezembrites, como costumamos denominar em família!
Dezembro dos paradoxos: da luz, da alegria, do nascimento do menino – DEUS! Dezembro, também, de um tempo marcado pela partida, para além do céu, para além do sem-fim, da querida irmã Marli do Carmo Bellote.

São três anos passados. Passados? Ou presentes? Dezembro… abro meu álbum de recordações, como era costume toda a mocinha possuir. Leio a mensagem que Marli escreveu-me no dia do aniversário de papai (03/01/1963):

Terezinha, quando um dia, lá na curva da estrada, ‘a vida’, tiveres saudade deste tempo que então vai longe, abre este livro de folhas já amareladas pelo tempo, e relembrarás com saudades, sim, com saudade e alegria, deste tempo, deste período tão feliz da nossa vida!
Paira os olhos sobre estas poucas linhas que hoje te escrevo. Não chores! Porém, se chorares, choras de alegria, porque esta vida que nos parece tão longa, é para DEUS, um milésimo de segundo de sua existência. Felicidades e um futuro risonho, próspero e feliz. É o que te deseja de coração esta sua amiga de todos os instantes”. Sua irmã Marli.

As lágrimas chegam!

Recordo-me da casa da Nove de Julho, do armazém de secos e molhados de papai, José Bellote, homem íntegro e de respeito; da casa do vovô e da vovó, ao lado da nossa; do pé de caju, que fazia limite com as duas casas; da horta do vovô Ângelo, do seu jardim… de sua elegância ao sair de casa: terno, chapéu e gravata: um verdadeiro lorde. Do seu jeito maneiro de ficar defronte ao espelho e ajeitar várias vezes o chapéu! Saudades, presença da ausência.

E volto à questão: o que é o tempo? Como pode o tempo passar, se o passado é o que eu, do presente, recordo e o futuro é o que eu, do presente, espero, então, como reflete Santo Agostinho, não seria mais correto dizer que o tempo é apenas o presente?
Volto então ao princípio dessa escrita… o mundo se move, não pelas respostas, mas pelas questões, já que a primeira etapa da comunicação é fazer conhecer essa questão.
E nesse momento presente, trago o passado, pelas mãos de minha querida Nanci, que ofereceu-me, quando da partida de Marli, a foto que segue:

E, nesse momento presente, acode-me à lembrança a personalidade forte dessa mulher, Marli do Carmo, empoderada no legítimo sentido do termo: inteligência brilhante, como aluna e professora; exemplar como esposa e mãe; filha e irmã amorosa; determinada e forte na fé, que aprendeu desde cedo a cultivar, pelas mãos de Júlia e José, pais amantíssimos. Fé, que enraizada, fê-la acreditar e vivenciar: “La única lucha que se pierde és la que se abandona! Por eso, ni um paso atrás!”

Teste o seu Português

01 – Assinale a frase correta.

a – O queixoso pinchou-se na água, livrando-se das abelhas.
b – O queichoso pinxou-se na água, livrando-se das abelhas.
Você sabe qual a correta?

02 – Era um garoto __________. Não gostava de tomar banho.

a ( ) pioiento;
b ( ) pioliento;
c ( ) piolhento;
d ( ) piolhiento.

03 – O produto feito à base de leite chama-se:

a ( ) latissínio;
b ( ) laticínio;
c ( ) latecínio;
d ( ) lacticínio.
e ( ) lactissínio.
Atenção: existem duas respostas corretas.

04 – É muito triste viver na __________.

a ( ) izolassão;
b ( ) isolassão;
c ( ) izolasão;
d ( ) isolação.

05 – Qual a frase correta?

a – Aquela senhora ostil vestia uma blusa de horgandi.
b – Aquela senhora hostil vestia uma blusa de organdi.
E então? A correta é…

(*) Pesquisadora do GEPEFA – Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Famílias – UNESP/Franca.

Respostas

Resp 1.: A frase correta é a letra a.
O queixoso pinchou-se na água, livrando-se das abelhas.
Queixoso (= aquele que se queixa).
Pinchou-se (= atirou-se, lançou-se).
Resp 2.: c – Era um garoto piolhento. Não gostava de tomar banho.
Piolhento (= muito sujo, imundo).
Resp.: b – d – O produto feito à base de leite chama-se: laticínio / lacticínio.
Obs.: A variante lacticínio é pouco usada. (Borba 2004 – Dic. UNESP Port. Cont.).
Resp 4.: d – É muito triste viver na isolação.
Isolação (= isolamento).
Obs.: A forma isolação é muito pouco usada. (Borba 2004 – Dic. UNESP Port. Cont.).
Resp 5.: b – Aquela senhora hostil vestia uma blusa de organdi.
Hostil (= agressiva, pouco ou nada amável).
Organdi (= tecido de algodão muito leve e transparente, porém encorpado).

OBS.: Colunista semanal dos jornais Diário do Grande ABC (SP) e Jornal de Araraquara (SP), Jornal Independente – Dois Córregos (SP), Jornal de Nova Odessa (SP), Diário da Franca – Franca (SP) e Diário de Sorocaba – Sorocaba (SP) – Jornal de Itatiba – Itatiba (SP) – O Liberal Regional – Araçatuba (SP) – Diário da Serra.

 

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