Tendência: comércio com maior disponibilidade

A maioria do comércio da Rua Nove de Julho acabou aderindo ao novo horário de funcionamento aos sábados das 9 às 17 horas. A idéia pegou depois de uma alternativa do Sindicato do Comércio Varejista de Araraquara que manteve a carga horária em 44 horas semanais para evitar o pagamento de horas extras. As horas trabalhadas a mais aos sábados são compensadas no decorrer da semana.

A iniciativa partiu de um grupo de lojistas motivado por um resultado positivo na experiência feita com esse horário, durante os meses de outubro e novembro do ano passado.

Na opinião do presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Ivo Dall’ Acqua Júnior, a nova proposta de atendimento segue uma tendência mundial que Araraquara deve aderir para atingir o desenvolvimento e se colocar como pólo regional. “Em um mapeamento feito com algumas lojas, constatamos um aumento de consumidores das cidades da região”, diz Ivo, que atribui esse resultado ao investimento em divulgação do novo horário.

Diferencial

Para reforçar a convicção sobre a necessidade de atendimento mais disponível do comércio, em viagem recente, Ivo observou que países da Europa como a Itália, onde era comum fechar as portas para descanso após o almoço, a tradicional sesta, muitas lojas estão com placas de “atendemos sem intervalo”.

O proprietário da Moda Íntima, uma loja de lingerie da Rua Nove de Julho, Ademir Souza Filho, discorda totalmente dessa idéia e mantém em seu estabelecimento o horário anterior. Para ele, o nova proposta é resultado da pressão de empresas maiores que querem aumentar o lucro. “O ganho financeiro não paga o prejuízo social”, diz Ademir, que considera o empregado a maior vítima da situação. Na opinião dele, além de não ganhar nada, perde o direito fundamental de estar tempo suficiente com a família.

Descontentes

O gerente da Têxtil Abril, que ocupa 3.400m2 da Rua Nove de julho, Eder Paulo Magrini, é a favor do novo horário e comemora um lucro de 70% maior, em relação às lojas de Uberlândia e Araçatuba, que antes de Araraquara aderir ao novo horário, obtinham o mesmo faturamento.

Magrini não nega o descontentamento dos funcionários e admite que não estão colhendo nenhum fruto dessa árvore, mas considera essa mudança inevitável e acredita na criação gradativa de novos empregos. “Toda mudança, no começo, gera conflito”, diz ele. Quanto a possibilidade de estender o atendimento aos domingos, como as Casas Bahia e as Pernambucanas já estão fazendo, Magrini é contra. “Domingo é dia de descanso”, diz o gerente.

Outro lado

Procuramos o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Araraquara, José de Mattos Filho, por reiteradas vezes e, até ao fechamento desta edição, ele não nos deu resposta. O presidente José de Mattos está, há muitos anos, na presidência do sindicato. (Fernanda Helene)

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