E o presidenciável Lula acabou não visitando Araraquara e, pela televisão, deu um recado ao companheiro Edinho: “oportunamente, vamos estar em Araraquara”.
Lula lá, em São Carlos. Juntamente com o Genoíno e Mercadante e os acompanhantes felizes com a cara de “já ganhou”.
Lula, bem pertinho, exatamente a 20 minutos, preterindo a cidade que sempre lhe deu a vitória nas urnas. Ele, obviamente, sabe disso. Quer dizer, então, que deu preferência ao companheiro Newton?
Podemos afirmar, com segurança: não!!!
A nossa vizinha tem televisão e nós de Araraquara não.
E abrindo um parêntese: tínhamos a “Morada do Sol” que a família Montoro vendeu para uma igreja. Em termos de televisão, sem melodramas, estamos à pé na estrada da vida.
Aliás, apenas como constatação, em termos eletrônicos a região central de São Paulo vive uma situação inusitada que o Governo Federal não deveria permitir. A família Montoro que é merecedora de todo respeito como empreendedora da radiodifusão, na figura do chefe Roberto – um idealista capaz e determinado – e dos filhos, tem o monopólio das emissoras de AM, com a agregação de outras FMs. Hoje, contrariando o espírito do Código Brasileiro de Radiodifusão, existe apenas uma voz no jornalismo. Por mais brilhante e criativo que seja, é monolítico e distoa da pluralidade que alimenta a democracia. Mas, a história registra: a fonte que permite jorrar as lamentações chama-se família Lupo que, detentora da Rádio Cultura AM-FM e OT, simplesmente vendeu-a ao Marcelo Barbieri e dele, em pequeno lapso de tempo, foi para o acervo da família Montoro.
Só para ilustrar: hoje, a diretora da Rádio Cultura é a filha de Roberto Montoro, Maria Amália, a experiente guerreira que, por representar a concorrente “Morada do Sol”, sempre foi adversária ferrenha da Cultura. Dessa concorrência nasceu um clima rico e positivo que oxigenou a coletividade por muitos anos. Por isso, as lamentações e por que não tem graça nenhuma a Cultura nas mãos da respeitável família Montoro. É contra a história, é como as águas do mar correndo para o rio. Isso precisa merecer um reestudo, especialmente, em nome do poder concedente que é originário do povo.
Bem…fechando o (longo) parêntese e retomando o fluxo do pensamento central, São Carlos tem um palanque eletrônico chamado EPTV. Como o político Lula, que precisa de produtividade nesta caminhada para cristalização de imagem, poderia ficar sem visitar a nossa vizinha? De jeito nenhum, não é mesmo? Deixar de falar para milhares para priorizar uma visita numa fábrica? Não podemos ser poetas, e Lula agiu corretamente. Não pode e não deve tomar café num domicílio. Tem que brindar, até com a bebida brasileira, diante de um câmera-man e estamos conversados.
Portanto, Edinho não perdeu do Newton. O diferencial foi a EPTV que São Carlos tem, ponto!