Geraldo Polezze (*)
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais, ao tempo do pai do atual presidente Elio Neves, funcionava numa casa simples à Avenida Barroso, um pouco abaixo da Rua Zero (Carvalho Filho). O Chico Neves, na época do golpe militar, era uma figura ímpar que lutava pelo direito do homem do campo, nunca demonstrou ser movido por objetivos políticos. Alguns, no entanto, chegavam a rotulá-lo como comunista, ao tempo em que "comunista" era entendido popularmente como aquele que poderia até comer criancinha.
Fechando essa cortina do tempo, ela foi construída apenas para mostrar a diferença da sede dos trabalhadores: dois lindos, amplos e caríssimos prédios fincados à Rua Almirante Tamandaré, numa esquina após a Av. Padre Antonio Cezarino. Um monstro de construção, quando paradoxalmente os trabalhadores do corte de cana vêem as máquinas colheitadeiras invadindo o campo para fazer o trabalho de 60 homens. Aonde vamos chegar?
Sim, a sociedade pede o fim da queimada. Isso é justo, mas, qual o cuidado que as autoridades e sindicalistas estão tendo para qualificar e apoiar os trabalhadores do corte-de-cana a fim de que não fiquem marginalizados?
A mão-de-obra ociosa também é uma doença social.
(*) É jornalista-editor do J.A.