O presidente Ivo Dall’Acqua tenta administrar um leque de 180º aparando pressão multifacetada dos empreendedores, além de propostas do sindicato dos trabalhadores. Um esforço enorme para atender a maioria dos associados e ampliar a motivação dos consumidores da região de Araraquara.
O Sindicato dos Trabalhadores, dentre algumas exigências, propõe que o comércio aos sábados feche às 14 horas. O presidente do Sincomércio, Ivo Dall’Acqua Júnior, esclarece não são exigências “mas propostas porque se não houver consenso tudo continua como na convenção assinada no ano passado”. Mas, os negociadores não podem ignorar que existe pressão da federação dos trabalhadores em negociar diretamente com as grandes redes varejistas e, no caso, nem de leve pode-se pensar em diminuição de tempo para negociar. Muito pelo contrário, pois, a tendência dos grandes centros é abrir até no domingo para atender aos consumidores num mercado cada vez mais competitivo. A verdade é que o freguês exige qualidade, preço, atendimento de primeira e um pós-venda carinhoso e profissional para garantir a fidelidade.
O horário desregulamentado e cada empresa praticando o horário que bem entender, respeitando a jornada de 8h diárias ou 44 semanais dos funcionários, não é a melhor saída para nenhuma das entidades sindicais. Uma boa razão para aplaudir a decisão do presidente Dall’Acqua para considerar aberta a assembléia para novos subsídios e alternativas. Em se falando de alternativa, pouca ou nenhuma foi apresentada na assembléia do Sincomércio. Uma que poderia merecer atenção, como se faz na Europa: o comércio na segunda-feira abre ao meio dia. Existem tantas outras e o Sincomércio está receptivo no aguardo da manifestação dos associados ou não. O certo é que o tempo de disponibilidade do comércio deve ser unificado porque ajuda as pessoas a organizar a vida e a comunicação se torna mais objetiva.
Para o presidente Ivo Dall’Acqua Júnior, a harmonização traz ótimos resultados “porque quando você cria um mecanismo de unicidade para o tempo de atendimento você iguala os diferentes já que o comércio tem empresas de todos os portes, volume de empregados diversos e de todos os níveis. Precisamos preservar aquelas que tem menor capacidade de luta porque contraditoriamente são as empresas de menor faturamento per capita que mais empregam, considerando o número de funcionários mas em contrapartida são as que mais empregam”.
Sem problema
A assembléia não teve discordância na abertura de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, porque algumas empresas com necessidades específicas fazem adaptações com relação ao período. Por exemplo, abrindo às 8h30 ou 9 horas onde o tipo de cliente permite que a empresa faça essa flexibilização. O problema maior, como restou explicitado, é a questão do atendimento aos sábados que parte dos comerciantes alega que a medida que vai ampliando o tempo de atendimento o consumidor fica muito à vontade e sempre deixa para a última hora acumulando o atendimento ao final do expediente. Por isso, ao invés de 17 horas, como agora, as portas seriam fechadas às 14 horas.
Outros comerciantes entendem que estar à disposição do cliente é um investimento porque o retorno vem com a fidelização e com a confiança que o cliente tem pelo fato de encontrar o estabelecimento sempre à sua espera.
Paralelo
Na assembléia compareceram cerca de 50, um número a ser considerado. Ivo Dall’Acqua esclareceu que os shoppings estavam fora porque já tinham feito uma negociação direta mais simples e mais fácil. Os supermercados também tinham definido por antecedência. Por isso, o comparecimento foi bom, mas, sem prevalência de teses. “Isso indica que temos que buscar mais elementos para assinar a convenção que terá a duração de dois anos. Então na verdade, com os empregados, vamos saber o que para eles é prioridade porque quando a gente está falando em fechar mais cedo em alguns sábados é interessante salientar que não estão propondo redução de jornada. Eles estão propondo concentração de jornada, mas, como muita gente não vai precisar dessa jornada concentrada talvez fique ai algum crédito de horas que poderá ser compensado de outra forma e, talvez com isso, percam aqueles dias do carnaval que queriam tanto”, assevera.
