Marcelo Barbieri (*)
O Dia Internacional da Mulher é um marco na luta pela igualdade de oportunidades entre os homens e as mulheres. Apesar das mais diversas versões sobre os acontecimentos que levaram a estabelecer essa data como uma referência da luta pela igualdade, o Dia Internacional da Mulher pode ser traduzido pela resistência heróica protagonizada por milhões de mulheres de todo o mundo em sua constante busca pela liberdade, por melhores condições de trabalho e de oportunidades.
A mística que reveste a incansável e destemida luta das mulheres estabelecida pelo dia 8 de março é, sem dúvida, o espaço político para reivindicar, denunciar e também celebrar as suas conquistas, mesmo que alguns setores da mídia tentem ofuscar o seu verdadeiro sentido, deturpando a imagem feminina com campanhas que supostamente tem o objetivo de defender os direitos da mulher.
O Dia Internacional da Mulher também é representado pelo interesse de se conhecer a sua história através dos séculos, suas experiências e os seus movimentos de libertação da opressão, como por exemplo, a greve iniciada no dia 8 de março de 1857, quando trabalhadoras da indústria têxtil de Nova York que reivindicavam a redução da jornada e melhores condições de trabalho, foram brutalmente mortas por um incêndio causado pelos próprios patrões.
Essa é uma das versões mais difundidas no Brasil sobre a celebração do Dia Internacional da Mulher, mas na verdade a semente do movimento em defesa da mulher, do movimento feminista, está presente em diversas greves, movimentos e fatos ocorridos nos EUA, Rússia e Europa entre o final do século XIX e começo do XX, sempre envolvendo as mulheres trabalhadoras que eram oprimidas e exploradas nas fábricas. A universalidade é uma marca da sua luta e um dos aspectos que legitima todos os movimentos em defesa da mulher.
O Dia Internacional da Mulher é um dia de reflexão, de concientização e de mobilização para a consolidação da igualdade que deve existir entre homens e mulheres. Embora hoje se tenha avançado na questão da ampliação das oportunidades para as mulheres no mercado de trabalho em nossa sociedade, muitas lutas estão ainda em curso e necessitam do nosso apoio e solidariedade incondicional.
Nesse dia tão representativo para as lutas contra as desigualdades sociais e econômicas, é importante ressaltarmos os movimentos protagonizados pelas mulheres brasileiras, que representam uma parcela expressiva da força de trabalho no País. As mulheres no Brasil correspondem hoje a 41% da População Economicamente Ativa, sendo que mais de um quarto das famílias, de acordo com dados do Dieese, são chefiadas por elas.
Apesar de ter maior nível de instrução que os homens, as mulheres brasileiras não ocupam funções compatíveis com a sua formação e nem recebem a mesma remuneração. O quadro só vai se modificar com a mobilização, com a luta e determinação, de homens e mulheres, para mudarmos essa situação incomoda e injusta que as trabalhadoras brasileiras enfrentam.
Mas a melhor homenagem que podemos prestar a mulher nesse dia tão especial é o nosso compromisso de lutarmos ombro-a-ombro pelo o fim da violência, da discriminação e pelo permanente direito à saúde, à educação e ao trabalho em condições de igualdade.
(*) É Deputado Federal (PMDB)