Da Redação/opinião
A pergunta soa absurda. Sabemos. A vida de uma mulher tem a mesma importância da vida de qualquer pessoa, independentemente de gênero. É óbvio. Mas eis o problema: o óbvio é ignorado.
Dois exemplos recentes chamam atenção da sociedade. Procuradora do Município de Registro (SP) é agredida com socos e pontapés por seu colega, simplesmente, porque havia sido aberta uma sindicância em razão de conduta (violenta, provavelmente) do agressor.
Outro caso que provoca debates intensos: promotora e juíza de Santa Catarina fazem questionamentos a criança grávida (vítima de estupro), como se fosse a um adulto. Na prática, impedem que a gestação seja interrompida, mesmo contra vontade da família da vítima e com riscos naturais à saúde e vida da criança gestante.
O que os dois casos demonstram? Que, infelizmente, na prática, a vida da mulher vale pouco aos olhos de muita gente, até de algumas outras mulheres (como o caso de Santa Catarina bem ilustra). Que não precisa de muito para testemunharmos a mulher sendo usada como objeto ou que devesse submeter-se pelo simples fato do seu gênero.
Por que notamos essa grande decadência de valores da sociedade? Em que momento passamos a normalizar casos tão graves de violência contra mulheres? O que podemos fazer para mudar isso?