Sarah Coelho Silva (*)
Um dia destes me fizeram um singelo elogio.
Fiquei deveras muito feliz porque é bom a gente se sentir: respeitada, amada e principalmente valorizada.
E, mais ainda, ter muitos amigos.
Admirar muitos amigos, ter o privilégio de com todos eles crescer, aprender.
Felizmente amigos são, também, para nos fortalecer, levantando nossa estima.
Todos sabemos que muito auto-estima pode nos levar a um êxtase de vaidade, podendo morar aí o perigo da auto-destruição.
O comentário era sobre a minha libertação, desprendimento e outros adjetivos.
Então, após refletir sobre o elogio, começo a dimensionar o significado dessa situação para todos os seres humanos: ser devidamente reconhecido, com seus dons verdadeiros, é importante para todos.
Graças a Deus pouco tempo tenho para me ver ao espelho.
Pois meus momentos são ocupados com importantes compromissos.
E cada dia que passa meu tempo fica mais curto, e nem o sinto passar.
Parece que não tenho tempo para tantas realizações.
Sinto, ao conversar com muitos amigos, que é exatamente a mesma situação para muitas pessoas que têm os mesmos valores.
Nestes anos de vida, aprendi que a essência da literatura – baseada na comunhão com muitos homens sábios, experientes – é realmente o meu grande valor de vida.
E não estar voltada à minha auto-promoção, mas, à emocional, intelectual sem expectativa de aplausos.
Felizmente cresci valorizando bons conselhos, inclusive, aplicando-os no dia-a-dia.
Sei que o poder, riqueza e a posição social são uma maneira de seduzir, mas, sempre fútil, muito frágil.
Porque sabemos que existem muitos seres humanos (com todo este poder), vivendo isolados em seu mundinho, fechados como ostras. Não conhecem o verdadeiro significado da liberdade e, quem sabe, até da própria generosidade humana.
Desconfiam tanto dos outros que até cortam, se privam de uma convivência que poderia trazer satisfação e alegria para seus dias de preocupações, compromissos e funções.
Correm o risco de virarem narcisista: “trocando beijos com seu próprio espelho”.
Existe o risco de serem tristes por dentro, pessoas manipuladas pelas suas próprias respostas.
Nunca sairão de seu próprio casulo.
Santo Agostinho
“Como pode alegrar-se convenientemente quem não ama o bem de onde procede a alegria?”.