Marilene Volpatti
Tomar decisões é pedra no sapato de muitas pessoas. É salutar conhecer estratégias que definem o que se quer.
Seu relacionamento amoroso anda sem graça, mas você não tem certeza se deve dar um fim? Recebeu proposta para trabalhar em uma grande empresa, mas será que deve deixar o serviço que tanto se molda a você? Toda vez de tomar uma decisão, seja ela grande ou pequena, é um horror? A verdade é: por medo de fazer uma escolha errada as pessoas preferem ficar como estão. Assumem a ansiedade, engolem o estresse e fingem que está tudo ótimo. Se quer acabar com todos esses desgastes e se tornar uma pessoa resolvida, cinco passos são indicados. Vejamos:
– 1º) Cabeça gelada. Para avaliar prós e contras antes de dar qualquer passo é necessário observar o que se passa na mente. As idéias chegam desorganizadas? Pipocam a qualquer hora? Anote tudo, é uma forma de não perder possíveis conclusões. Tudo anotado: leia e releia, com a cabeça fria… então tome uma decisão. Foi o que fez André, dentista, 27 anos, que analisou se devia ou não mudar-se da cidade natal, que era pequena, para uma maior com mais oportunidades. “Mudar-se para uma cidade maior, juro que me amedrontava. E tentar resolver, usando a lógica, não me aliviava a tensão. Foi então que resolvi anotar tudo. Desde o aconchego da família, que iria perder, e a experiência que teria vivendo numa cidade maior com mais oportunidades. Optei pela cidade grande que era meu futuro e posso dizer com franqueza que não me arrependi”.
– 2º) Dê tempo ao tempo. Marina sempre sonhou com o casamento. Na hora em que o namorado que amava fez-lhe a proposta, ficou sem saber o que responder. “Fiquei paralisada. Não tinha mais certeza de ser ele o homem da minha vida, embora fosse caidinha por ele. Pedi um tempo. Passaram-se alguns dias que tirei para fazer caminhadas para pensar. Foi quando veio a resposta: um sim do fundo do meu coração”.
Ao dar-se um tempo, Marina fez o exercício de caminhar que estimula os dois lados do cérebro. Enquanto se exercita usam-se a intuição e a lógica. Significa estar mais apto a dar o passo certo. Andar, por exemplo, afastam as distrações do cotidiano que impedem de se enxergar o problema claramente.
– 3º) Ouça seu coração. Tudo parece estar perfeito no dia-a-dia, mas tem aquele friozinho na barriga insistindo em chamar a atenção. Foi assim que Luís se pegou pensando se devia ou não terminar um relacionamento de 7 anos. “Eu gostava dela, era uma ótima amiga e nos dávamos bem como parceiros sexuais. Mas faltava alguma coisa”.
Para sabermos o que está acontecendo bem lá no fundo da alma, o melhor caminho é logo ao acordar perceber as primeiras sensações que se tem. No repouso da noite, nosso subconsciente remoi as coisas que estão nos incomodando. Ao acordarmos, os sentimentos estão mais claros porque ainda não teve tempo para reprimi-los.
Luís experimentou seguir essa dica e notou que sempre acordava insatisfeito com o relacionamento. Foram três semanas levantando sempre com a mesma sensação. Colocou um ponto final na relação, e sem culpas.
Se mesmo com o exemplo de Luís você não consegue tomar uma decisão, é hora de começar a prestar atenção às mensagens que o corpo passa. Primeiro lugar: visualize a situação atual e sintonize as reações do organismo. Segundo: visualize como seria se mudasse e monitore o que sentiu fisicamente. Se os músculos se retesarem, o estômago apertar, a cabeça ficar tonta… em resposta a alguma da duas imagens, significa que deve escolher o caminho oposto.
– 4º) Fatores contra. Sempre que for tomar uma decisão é interessante dialogar com pelos menos três pessoas que não concordam com sua posição. Agindo assim, irá pensar nos fatores negativos que provavelmente não considerou e dará o passo com segurança. Renato e Alice queriam um filho. Decidiram falar com alguns amigos que lhes informaram todos os problemas que surgem com um bebe em casa. Desde noites inteiras sem dormir, febres que aparecem sem mais nem menos, os choros que nem sempre se consegue distinguir do que se trata… O casal descobriu que não teria uma noite inteira de sono, por pelos menos uns dois anos. Imaginou como a vida seria sem dormir, e percebeu que realmente queria um bebê.
– 5º) Jogando para vencer. A maioria das pessoas joga para não perder. Não se interessa em contabilizar experiências, aprendizado. Só pensa em evitar consequências negativas custe o que custar. Resultado: As pessoas não arriscam. Preferem a inércia.
Afaste o seu medo, pensando em pontos positivos. Pergunte-se: “estou jogando para ganhar ou para não perder?”.
Funcionou com Sandra que estava doidinha para mudar-se para um apartamento maior, mas se questionava: “se não puder pagar a diferença de preço, se os gastos forem muito mais altos?”. Foi quando resolveu contar seus medos a um amigo que a ajudou com as argumentações: “Indo para um apartamento maior, poderá escolher um prédio mais novo, mais perto do trabalho. As acomodações serão mais amplas, poderia receber melhor os amigos. Sem contar que não haverá, tão cedo, grandes gastos no condomínio para reparos no prédio, etc”. No mês seguinte Sandra mudou-se para o apartamento de seus sonhos.
É bom lembrar: não existe decisão certa ou errada. Toda experiência é valiosa para o crescimento de qualquer indivíduo. Não se aprende se não passar por ela. Se uma decisão não der certo vai deixar, pelo menos, a lição para se perceber melhor o que não se quer.
Serviço
Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal. Fone:- 236.9225.