Aterro sanitário, usina de reciclagem de entulho, depósito de embalagens de defensivos agrícolas e lei municipal de proteção a um dos maiores aquíferos do planeta e recursos de mananciais. São alguns dos projetos de meio ambiente da atual administração de Araraquara, que começam a ganhar visibilidade nacional, além de beneficiar toda a população, gerar renda e incluir famílias desempregadas.
O alcance do conhecimento destes projetos em várias partes do país e às organizações e órgãos de meio ambiente vêm dando frutos e amadurecendo em resultados como prêmios de importância nacional.
O prefeito Edinho Silva (PT), recebeu menções honrosas por estes projetos, nos dia 17 de maio, em Porto Seguro BA, no Congresso Nacional de Tecnologia Ambiental (CONTA), e no dia 21, em Paulína SP, no I Simpósio e Exposição Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Projetos
As mudanças começaram assim que a atual administração tomou posse. Logo de início, a preocupação com o lixo. O aterro sanitário, próximo ao Parque Pinheirinho, era um lixão parcialmente controlado. Até 2000, toda coleta era depositada em uma cava (um enorme buraco aberto para a retirada de argila), e a cada acúmulo semanal de descarga de lixo, era feito o aterramento do material. Assim, o lixo foi sendo acondicionado em camadas que resultaram no morro que hoje existe no local. Segundo o coordenador de Meio Ambiente da prefeitura, Marco Aurélio Carvalho, não havia um controle eficiente para evitar contaminações do solo. “Era preciso iniciar a implantação de drenos para coleta e tratamento do chorume (a parte líqüida do lixo) gerada pela chuva em contato com o lixo orgânico em decomposição”, lembrou Marco Aurélio. “Com esse trabalho, reduzimos consideravelmente o fluxo de chorume que descia em direção ao lençol freático, evitando a infiltração e a contaminação do solo”, explicou.
Esse processo de drenagem trouxe outro benefício, que foi a diminuição de gases poluentes (produzidos pela decomposição do lixo), que poderiam até provocar explosões.
Hoje, em Araraquara, são produzidas 130 toneladas de lixo por dia. Mas, nem tudo vai para o aterro. Cerca da metade é reaproveitada pela usina de compostagem, onde é feita a separação do lixo orgânico (que será transformado em adubo), do lixo seco de material reciclável (papel, papelão, lata, vidro e plástico) e dos resíduos que, por não terem aproveitamento, vão para o aterro.
E como tudo que existe tem seu período de vida útil, com o aterro de lixo não é diferente. Mas, com tudo o que foi realizado no local, a partir de janeiro de 2001, foi possível estender a utilização deste aterro para os próximos três anos. Enquanto isso, outra área vizinha é estudada e preparada para um novo aterro, que terá condições de receber toneladas de lixo por, pelo menos, 30 anos.
A sensível redução do impacto ambiental do lixo no aterro de Araraquara é uma realidade. Mais um passo largo rumo à cidade moderna pretendida pela população e pela atual administração, onde todos tenham maior qualidade de vida.
Qualidade
Essa qualidade de vida, com as readequações do aterro, vai mais longe porque além dos ganhos ambientais geraram empregos e rendas. Nesse contexto, 35 pessoas, que viviam como catadores do lixão, passaram por um curso de capacitação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, e formaram uma cooperativa para trabalhar na triagem e compostagem do lixo, com uniforme, equipamentos de segurança e vacinados para que não corram nenhum risco de contaminação.
Todo o lixo reaproveitado para reciclagem é vendido para indústrias. De tudo o que é arrecadado, 60% do lucro são rateados entre os cooperados (catadores), 20% se transformam em investimentos e o restante vai para o fundo de reservas para garantir os gastos com saúde e outras necessidades desses trabalhadores. Cada um recebe cerca de R$ 300,00 por mês.
Progresso
Para o prefeito Edinho Silva, “tudo isso também é desenvolvimento sustentável, que gera economia para os cofres municipais. É o que vai acontecer também com o aproveitamento de outro tipo de lixo, o entulho de obras de reformas e construções”, completou o prefeito. Tudo que é recolhido pelas empresas que trabalham com caçambas de coleta será levado para a usina de reciclagem de entulho (mais uma obra da atual administração) a ser implantada no segundo semestre deste ano. Essa é mais uma medida essencial porque hoje em Araraquara são recolhidas de 80 a 100 caçambas por dia. Para os carroceiros, que também fazem a coleta, a prefeitura está implantando 14 bolsões de entulho para facilitar a descarga sempre no ponto mais próximo. Esses bolsões foram definidos a partir de um mapeamento dos locais irregulares de lançamento de entulho. Assim, vai ficar mais fácil evitar jogar esse tipo de lixo em locais proibidos, como mananciais e terrenos baldios.
Produtividade
A usina reprocessa o entulho e transforma essas sobras em bloquetes para calçadas, nivelamento de estradas e pavimentação de estradas de terra. O coordenador de Meio Ambiente, Marco Aurélio Carvalho, salienta que esse material compactado é resistente a caminhões de porte médio. Tão logo a usina passe a funcionar, com capacidade máxima, passará a fabricar 400 toneladas de bloquetes.
Como se vê, em Araraquara todo o lixo está cercado. Até o hospitalar tem endereço certo. Chamado tecnicamente de resíduos de serviços de saúde, o lixo hospitalar é incinerado, pois não pode ir para aterros. “É que esse tipo de material contamina o solo por ser um lixo patogênico, transmite doenças e, em contato com a terra, chegaria aos lençóis d água. Por isso, a incineração, a queima total desse material, ainda é o melhor processo”, explicou o coordenador de Meio Ambiente, Marco Aurélio Carvalho.
Inseticida
Nem as embalagens de defensivos agrícolas escapam. Nesse sentido, o município mais uma vez saiu na frente. A atual gestão se antecipou à lei federal que obriga os municípios a terem local para armazenamento dessas embalagens já a partir de junho deste ano. A prefeitura construiu a unidade em parceria com 16 empresas do setor agrícola, que está em funcionamento. Recebe as embalagens que contêm resíduos tóxicos. Depois de armazenadas, são levadas para uma central em Guariba (região de Ribeirão Preto), onde são encaminhadas para reciclagem, servindo unicamente para a fabricação de conduíte de fios elétricos.
Escassez
As preocupações não param por aqui. Afinal é impossível esquecer o maior bem do planeta hoje, a água potável, antes uma fonte renovável, agora uma riqueza que vai se tornando escassa. Por isso, o atual Executivo elaborou projeto de lei, já aprovado pela Câmara Municipal, transformando em área de proteção ambiental (no município) o Aquífero Guarani, uma das mais importantes e maiores reservas subterrâneas de água da Terra. Ela se estende pelos estados de Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, chegando ao Uruguai e Argentina. Para ter uma idéia de concentração de água, enquanto o Brasil tem 8,5 milhões de km2, o Aquífero Guarani é uma reserva que ocupa uma área de 1,5 milhão de km2, com capacidade de produção de quatrilhões de litros d água. Para Araraquara ele é vital, porque cerca de 50% da água consumida pela população vêm do aquífero. Para contribuir com a preservação desta reserva, a Lei Complementar 49, de 22/12/2001, regulamenta o uso e a ocupação do solo para coibir a urbanização, sobretudo nas áreas de mananciais, e outras atividades poluidoras no município.
Meio ambiente
As iniciativas voltadas à proteção ambiental estão intimamente ligadas a programas desenvolvidos também para a área urbana e, segundo a Coordenadoria Municipal de Meio Ambiente, nem poderia ser diferente. Dentro desse conceito, no primeiro ano da nova administração (2001), iniciou o programa de Geoprocessamento Ambiental. É um estudo que permite conhecer por completo todo o meio físico e biótico (seres vivos) do município, além de saber como é formado o solo da cidade.
O Geoprocessamento Ambiental é um trabalho de base para o zoneamento urbano e o planejamento econômico e social do município. É importante, por exemplo, porque detecta áreas onde futuramente poderiam ocorrer erosões do solo; permite o mapeamento de áreas que podem receber rejeitos e serem utilizadas para novos aterros de lixos doméstico e industrial; aponta onde podem ser feitas fundações para a construção civil e os caminhos adequados à implantação de sistemas viários…
“Esse estudo é essencial para qualquer plano diretor, como o que vem sendo desenvolvido para Araraquara, o que significa que o geoprocessamento é o alicerce para o desenvolvimento seguro e planejado de uma cidade”, disse o prefeito Edinho Silva.
Todas essas preocupações geradoras de projetos e programas ambientalistas, mais do que projetar Araraquara para o país e o mundo como referência diante das problemáticas ambientais, têm como meta transforma-la em cidade moderna como sinônimo de qualidade de vida, para o melhor conforto e bem- estar de toda a população.
A fotossíntese
Tão importante quanto os projetos e programas já mencionados, é comentar também sobre o abastecimento de água e o esgoto tratado pela Prefeitura de Araraquara, bem como a arborização do município.
Araraquara é a cidade mais arborizada do Estado de São Paulo, e uma das mais privilegiadas do país. Com população de 182 mil habitantes (IBGE), hoje, o índice é de 34,2 m2 de área verde por habitante, sendo que o índice recomendado pela OMS Organização Mundial de Saúde é de 12 m2 por habitante. Dessa forma, Araraquara tem um percentual bem acima da maioria das cidades do Brasil e do mundo. São 105 praças e ruas bem arborizadas dentro da área urbana, além de um imenso bosque natural, o Parque Pinheirinho, com 209,1 hectares de extensão de muita natureza e com áreas de lazer para a população. Agora totalmente reformulado, renovado.
Em Araraquara a população conta com 100% de abastecimento de água e 99% de esgoto coletado e tratado. A responsabilidade é do DAAE Departamento de Água e Esgoto que tem sido referência para outros municípios de todo o país. (texto: Assessoria de inprensa)