Preservação

Texto: Rogério Tampellini

Além de problemas financeiros, Prefeitura de Araraquara parece caminhar rapidamente para um estado de falência amplo e preocupante. O Município mostra-se insuficiente em cumprir leis que ele mesmo instituiu, perdendo a autoridade junto à sociedade.

A sede do antigo Matadouro Municipal, construído em 1894, está ameaçada por falta de cuidados. A edificação abandonada está sendo depredada. O bem que deveria estar protegido de modificações ou demolições parece estar com os dias contados.

Executivo não cumpre determinações do Decreto 10.758 de 10 de outubro de 2014.

A legislação determina que após a publicação de um pedido de tombamento, o proprietário do imóvel deve ser notificado sobre a proibição de quaisquer alterações durante o curso do processo, a fim de contribuir com os estudos de interesse público que visam à preservação. Munícipes que circulam pelo local se deparam com o surgimento de um ambiente estranho e desfavorável para estudos no meio de tanta sujeira, vandalismo, abandono e insegurança.

História

A edificação iniciou em 1º de novembro de 1894 quando a Câmara de Araraquara, sob a presidência do Maj. Ricardo Cezar de Mattos, aprova a planta e determina sua construção, inaugurado no ano seguinte. Sua documentação, que remonta a 1871, mostra que o Matadouro contribuiu decisivamente para o desenvolvimento de Araraquara, e de futuros municípios, como os então distritos de Gavião Peixoto, Santa Lúcia, Américo Brasiliense, Rincão e Motuca. Foi desativado em 1973 por solicitação do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal DIPOA, com alegação de que o local não reunia condições higiênico-sanitárias. Porém, pecuaristas da região afirmavam que o ato era uma manobra para favorecer grandes frigoríficos.

A última tentativa de utilizar o edifício foi empreendida em 2011, a fim de transformá-lo em uma unidade de apoio para a produção dos assentamentos rurais; mas, um projeto de 2010 já pretendia revitalizar o espaço para abrigar Secretaria do Meio Ambiente.

Tombamento

O pedido foi publicado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Paleontológico, Etnográfico, Arquivístico, Bibliográfico, Artístico, Paisagístico, Cultural e Ambiental de Araraquara COMPPHARA em 17 de janeiro de 2015, e até o presente o processo não foi concluído. O documento também aponta a necessidade de recuperação e preservação do complexo de fauna e flora em que a edificação está inserida, e conclui que dentre as edificações, registradas no Álbum de 1915, a Estação Ferroviária de Araraquara e a sede do antigo Matadouro são as mais antigas que ainda permanecem edificadas.

Sem resposta

Acerca das denúncias de descumprimento da legislação e informações sobre processo de tombamento, Assessoria de Imprensa da Prefeitura "preferiu" não emitir resposta.

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