Premiação Drª Rita de Cássia nesta sexta (23) terá projeção no prédio da Prefeitura

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Prêmio incentiva e inspira mulheres negras a ocuparem todos os espaços, valorizando suas trajetórias; projeção terá duas sessões: às 17h e às 18 horas

A programação do Julho das Pretas se encerra nesta sexta-feira, 23 de julho, com a realização do Prêmio Drª Rita de Cássia, a partir das 17 horas, na Praça da Esplanada das Rosas, onde haverá projeção de imagens das homenageadas na fachada da Prefeitura de Araraquara. A atividade é uma realização da Coordenadoria de Políticas Étnico-Raciais e da Coordenadoria de Políticas para Mulheres, com o apoio do COMCEDIR (Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo) e do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres.
“Faremos o Prêmio Drª Rita de Cássia numa edição diferenciada, pois devido à pandemia, no ano passado as indicadas não puderam estar numa solenidade. Diante disso, uniremos as indicadas do ano passado e deste ano num único evento”, explica Alessandra de Cássia Laurindo, coordenadora municipal de Políticas Étnico-Raciais. Assim, a projeção de imagens no prédio da Prefeitura irá homenagear as premiadas de 2020 e 2021, com fotos e as histórias dessas mulheres.
“O objetivo do Prêmio Drª Rita de Cássia – para além do reconhecimento do trabalho e histórico de cada uma – é incentivar e inspirar mulheres negras a ocuparem todos os espaços, valorizando suas trajetórias”, pontua Alessandra. “São mulheres negras representadas em vários segmentos: sejam essas professoras, lideranças comunitárias, lideranças religiosas, representantes do samba, mulher do campo, parlamentar, advogada e donas de casa que fazem a transformação no dia a dia para uma sociedade mais igualitária.”
As homenageadas deste ano são: Edna Andrade Lacerda, Esmeralda Gomes de Palma, Graziela Aiola Valerio Alves, Ivani Aparecida Torres Azevedo, Leocardia Cristina Reginaldo da Cruz, Luzia Ferreira dos Santos, Maria Aparecida da Silva, Marilda Martins Amaral (homenagem póstuma), Matilde do Carmo Monteiro e Thainara Farias.
Na edição do ano passado (2020) foram homenageadas: Ana Lúcia Maia de Oliveira, Claudete Aparecida Ferreira Silva, Estarlete Aparecida Fernandes Pereira, Ester Vilela Rosa Vaz, Eva Aparecida Couto, Iara Galdino Ramos, Mãe Cecília – Mametu Nepanzu, Maria Aparecida de Souza, Nayara Amaral da Costa e Tatiane Cristina dos Santos.
“Mais uma vez o prêmio homenageia mulheres negras que representam a garra das trabalhadoras de Araraquara, que constroem nossa cidade com o suor do seu trabalho e que por seus exemplos de vida e de superação, contribuem para a superação do racismo”, ressaltou a coordenadora municipal de Políticas para Mulheres, Gabriela Palombo.
Na solenidade realizada no Paço Municipal, serão entregues um brinde e uma placa para cada homenageada. A programação é gratuita e aberta a todos os interessados, que devem usar máscara, álcool gel e manter o distanciamento social.

Homenageadas Prêmio Drª Rita de Cássia (2021):

– Edna Andrade Lacerda

Primogênita, com 12 anos teve que abandonar os estudos para cuidar da casa e de quatro irmãos mais novos. Cresceu em meio ao movimento Sem Terra, estando sempre engajada a diferentes militâncias, fundando a Associação de Mulheres Camponesas. Teve que lutar contra o patriarcado machista para permanecer na terra. É referência para muitas jovens por sua história de luta e por produzir sem veneno, ensinando a todos o respeito pela terra e o orgulho em ser agricultura. Durante a pandemia contribuiu ativamente doando alimentos aos mais necessitados.

– Esmeralda Gomes de Palma

Nascida em São José do Rio Preto, veio para Araraquara e se instalou na Vila Melhado há 60 anos, residindo na mesma casa até os dias atuais. Trabalhou a vida toda como doméstica e ajudou a construir a comunidade da Vila Melhado, atuando na igreja, ajudando aos mais necessitados e formando vínculos de respeito que lhe garantem admiração e carinho por todos os moradores do bairro. Mãe solo, formou exemplar família composta por seis filhos, cinco netos e cinco bisnetos.

– Graziela Aiola Valerio Alves

Casada, mãe de dois filhos – Otto e Bernard – e moradora de Araraquara, Graziela iniciou na área da Saúde em 2004 como auxiliar de enfermagem em hospitais do município. Permaneceu dez anos como auxiliar de enfermagem em duas Unidades de Saúde da Família, em São Carlos. Voltou para Araraquara em 2017 quando ingressou no cargo de Enfermeira, atuando em três unidades de saúde. Desde o início da pandemia tem auxiliado no combate a COVID -19 e, atualmente, é Gerente Executiva da Vigilância Epidemiológica.

– Ivani Aparecida Torres Azevedo

Casada com Luís Antonio Azevedo há 35 anos, tem dois filhos formados. É professora aposentada e desenvolveu vários projetos culturais envolvendo crianças. Também foi voluntária à frente de um projeto de alfabetização de adultos funcionários da CTA. Trabalhou na ONG FONTE com atividades culturais para todas as idades. Atuou recentemente no Conselho Tutelar e, atualmente, participa do conselho da APEOESP.

– Leocardia Cristina Reginaldo da Cruz

A araraquarense é a primogênita de Maria do Carmo de Benedito da Cruz. Sua trajetória tem como referência os saberes ancestrais de grandes mulheres negras que sempre prezaram pela Educação. É a primeira Mestra na área da Educação da família. Idealizadora do canal Práticas Pret@gogicas. Atua na área da Educação Básica nos anos iniciais, há 22 anos. É pesquisadora, autora e palestrante na área da Educação das Relações Étnico- Racial no espaço escolar.

– Luzia Ferreira dos Santos

Neta de avô materno escravo liberto e avó materna filha bugre. Migrou para Araraquara em 1970. Conheceu primeiramente a Umbanda em 1975, começou a cambonear a partir dos 12 anos de idade e começou sua trajetória como médium no terreiro em 2007. Foi em 2014 que Luzia conheceu o Candombl, onde finalmente encontrou sua religião afrodescendente iniciando-se no Santo, filha de Mametu Nepanzu, mãe que a acolheu e que tem muito orgulho.

– Maria Aparecida da Silva

Sua vida é marcada pela luta por um pedaço de terra. Maria Aparecida chegou em Araraquara em 1998, quando conseguiu seu tão sonhado lote no Assentamento Monte Alegre e, lá, com mais companheiros de luta, começou a construir o que hoje conhecemos. Sempre pronta para ajudar no que for preciso na comunidade, atua na saúde da família como agente comunitária.

– Marilda Martins Amaral (homenagem póstuma)

Esteve entre as pioneiras na década de 60, que remonta ao início da celebração do Carnaval de Rua em Araraquara. Uma entusiasta das festividades carnavalescas, Marilda teve sua história marcada por grandes participações nas escolas de samba da cidade. Mãe de seis filhos e avó de vinte netos, Marilda faleceu em abril deste ano, aos 83 anos, deixando seu legado e sua contribuição na cultura araraquarense.

– Matilde do Carmo Monteiro

Nascida em Araraquara, possui três filhos, cinco netas e um neto. Trabalhou por muitos anos na lavoura e sempre ajudava a mãe nos cuidados das crianças do Cristo Rei. Lá aprendeu a importância de sempre ajudar o próximo. Atualmente é voluntária na Casa da Sopa. Sempre foi muita prestativa no auxílio aos mais necessitados.

– Thainara Faria

Vereadora reeleita do PT de Araraquara e advogada, Thainara tem 26 anos. É a primeira mulher negra a assumir uma cadeira no Legislativo Municipal. Seu mandato trabalha para garantir os direitos sociais. Defende os direitos das mulheres, negros, comunidade LGBTQIA+ e juventude. Também atua na proteção e promoção dos direitos da criança e do adolescente.

(SECRETARIA MUNICIPAL DE COMUNICAÇÃO – PREFEITURA DE ARARAQUARA)

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