O diretor Celso Ferreira de Moura, da empresa Américo Esporte Ltda, criada no ano passado com apoio da prefeita ameriliense, acabou oferecendo detalhes da "boa notícia" que vinha sendo preparada pela Neusa Dótoli. Com a veiculação da notícia em questão, os pormenores do evento esportivo não quebraram só a expectativa de muita gente, mas, permitem uma interrogação séria. E se o jogo melar? Como a prefeita Neusa vai explicar aos vereadores que estava providenciando a realização do sonho sem ter conversado antes com os legisladores? Não fosse a vontade de se dar a notícia "em primeira mão", com certeza, todos os vereadores seriam cientificados em tempo hábil a fim de emitir ponto de vista sobre a parceria que, pelas normas legais, terá que passar pelos estudos dos representantes do povo e aprovação do plenário. E se a maioria disser "não", como fica a cidade que poderá ter o doce tirado da boca?
Oficialmente
O presidente da Câmara Municipal, Augusto Santana Rios, rapidamente no fluxo do trânsito, indagado pela reportagem afirmou que não conhece os detalhes dessa empresa que visa inscrever um time da cidade para ser uma forja na formação de atletas e, de outro lado, permitir a construção da boa imagem de Américo Brasiliense também no esporte.
Se o presidente Augusto não sabe, é de se supor que a maioria também não saiba. E os vereadores terão que discutir e votar projeto da prefeita Neusa dispondo sobre a cessão do campo, mediante contrapartida pois se trata de um próprio municipal onde, como é óbvio, deverá existir a cobrança de ingresso. Afinal, quem pagará as contas da Federação Paulista de Futebol com arbitragem e outras taxas correlatas?
Outro segmento interessante dessa parceria, quem ficará com o lucro na venda de atleta? Havendo interesse particular, até onde a prefeitura pode investir o dinheiro do povo? Quem vai gerenciar o fluxo de caixa? O contrato entre as partes será redigido por quem? A minuta já foi apresentada ao Executivo? Os vereadores têm conhecimento do destino a ser dado pelo eventual lucro desse empreendimento? A FPF exige uma arquibancada para 5 mil pessoas no Estádio "Joaquim Justo". Pergunta-se: quem pagará essa conta? Os vereadores concordam que seja canalizado o dinheiro do povo para isso? Até onde se trata de um investimento prioritário?
Dúvidas
Como se nota, existem muitas dúvidas que podem se constituir em arestas na relação prefeita / vereadores. E tudo por causa de uma notícia oferecida precipitadamente pelo diretor Celso Moura. Obviamente não se comenta o espaço dado pelo jornal porque isso faz parte de sua competência. A prefeita tem a boa notícia e ainda não a ofereceu à população? "Então, vamos atrás para desvendar a situação".
Por isso, jornalisticamente tudo certo. O parceiro-comerciante é que deveria ter respeitado o tempo determinado pela prefeita Neusa Dótoli. Tomara que os vereadores tenham espírito esportivo e que a prefeita consiga colocar o trem nos trilhos. Uma imagem que serve para lembrar que a AFE – Associação Ferroviária de Esportes de Araraquara só conseguiu se inscrever na FPF quando Américo Brasiliense lhe concedeu, mediante a contrapartida de construir um estádio para a Cidade Doçura, alguns anos de registro como ente federacionista. História da cidade faz bem, sempre, para se valorizar o trabalho daqueles que foram aprovados pelas urnas democráticas. (Jornalista Geraldo Polezze)