Sarah Coelho (*)
Nossos jovens, crianças e adultos estão precisando de um local livre para transitar, brincar e andar, enfim, retornar ao velho costume deixado há muitos anos. O importante convívio com nossos vizinhos, até mesmo sair de casa e respirar um ar puro e saudável da natureza.
Todos seriam privilegiados se em nossa cidade tivesse mais espaços para essa finalidade. Andar de bicicleta, se integrar e socializar mais com os amigos do seu próprio bairro. Todos sabemos que, com tantos perigos, as crianças estão confinadas e passando horas e horas sentadas em frente às suas máquinas das mais modernas tecnologias. Mas, infelizmente deixando o tempo passar, sem brincar, sem correr, sem respirar com liberdade total.
Gostaria de recordar os momentos sagrados de nossa infância: andávamos nas enxurradas, subíamos nas árvores, brincávamos de amarelinha e muitas outras brincadeiras simples, mas, da maior importância para o nosso desenvolvimento sadio.
Fomos deveras livres, pois, soltos éramos mais espertos. Na escola, em sala de aula ficávamos sentados quatro horas, com professores transmitindo conhecimento. Hoje as crianças estão impacientes e agitadas. Em salas de aulas, ficam impacientes. Como não têm oportunidade de queimar energia fora de salas de aulas, dão trabalho para os professores e deixam de aprender satisfatoriamente.
Na verdade querem é sair da sala, inventam qualquer desculpa: tomar água, ir ao banheiro, apontar lápis… e o tempo é curto, implacável. Nossas crianças estão perdendo tempo de brincar!
É uma lástima, agora o governo está reduzindo o projeto Família na Escola. Isso é um absurdo, um descaso com as famílias, com as crianças que precisam desse importante projeto que fez três anos em julho de 2006. Crianças que passavam os sábados e domingos, livres no pátio de sua escola, com professores, monitores preparados, com projetos dinâmicos e modernos, mais uma vez estão perdendo, estão sendo passadas pra trás em suas prioridades de educação e brincadeiras. O Projeto Escola da Família oferece muito para as crianças. Que nosso Deus ilumine uma pessoa influente que possa interferir e não permitir o corte do projeto sob alegação de que a verba pode ser destinada a outros segmentos. Agora pergunto às autoridades, existe prioridade maior do que o bem-estar de nossas crianças?
(*) É escritora e colaboradora do J.A.