Pessimismo, desânimo e baixo-astral são controláveis

Marilene Volpatti

“Sózinha, na varanda de minha casa, faço uma retrospectiva dos últimos anos de minha vida. Foram os piores, pois meu casamento acabou e o amor de minha vida, me deixou. Não consigo sequer imaginar encontrar outro homem ou alguma coisa que possa dar um sentido à minha vida daqui para frente. Tudo que diz a meu respeito parece rompido – amor, carreira, auto-imagem – como peças descartadas de um baralho. Não. Espera aí. Não pode ser assim. É injusto. Quando me dou conta, já é tarde da noite e alguma coisa dentro de mim estava mudando. De uma maneira quieta, quase imperceptível, tinha feito minha escolha: esperança! Alguém pode até achar que não se trata de uma grande conquista. Mas para mim, e muitas outras pessoas desanimadas da vida, a opção pela esperança é algo por demais importante. É uma mudança de vida”, relata Marina, 42 anos.

Algumas pessoas incorporam esse jeito negativo de ver as coisas enquanto crescem. Normalmente é devido à educação que recebem dos pais.

Mas há também aqueles que praticam um tipo de pessimismo fisiológico, tendo como base aquilo que leram e observaram sobre a vida ou em crenças religiosas. Outras, ainda, que já sofreram bastante, vêem o futuro como um campo minado de desgraças iminentes e se armam de negativismo como uma estratégia de autoproteção.

Bons e maus hábitos

“A esperança é algo com penas/ Que posa na alma/ Canta uma melodia que não contém palavras/ E não pára jamais/”, segundo a poetisa norte-americana Emily Dickinson. Não há dúvida de que é uma imagem linda, mas os psicólogos de hoje se aprofundaram muito mais na tentativa de definir esse inefável e delicado pássaro que representa a esperança. Segundo eles é a vontade ou a energia para atingir metas e, ao mesmo tempo a capacidade de criar caminhos para chegar lá. Não se pode ter uma característica sem a outra. Acrescentam ainda, que a esperança está relacionada com a forma pela qual explicamos nossa falta de sorte e os acontecimentos negativos a nós mesmos.

Terapêutas concordam que esperança e desesperança não são emoções nem traços de personalidade imutáveis. A segunda é como um mau hábito do pensamento, um reflexo aprendido que é enraizado de tanto que se repete. Juntamente com a culpa e a autocensura, a desesperança provoca uma perigosa sensação de incapacidade, inferiorizando a pessoa. Por ser adquirida lentamente, durante um longo espaço de tempo, não é de um dia para o outro que se quebra esse mau hábito. Mas está provado que ele pode ser alterado.

Boa saúde

Especialistas defendem que uma atitude mental positiva é um santo remédio na luta contra doenças graves. Para citar dois exemplos: um estudo mostrou que pacientes safenados, com altos níveis de otimismo, tinham melhor recuperação após a cirurgia. Em outro estudo descobriram que mulheres jovens com uma forte dose de esperança, tendem a saber mais sobre câncer e a se prevenir efetivamente, comparadas àquelas mais negativas.

Otimismo contagia

Pessoas otimistas de carteirinha tendem a ter bons relacionamentos. Seu positivismo é contagioso e atraente, por isso atingem a todos aqueles que as rodeiam. Quais motivos? Provavelmente porque, enquanto as pessimistas estão centradas em si mesmas e em seus dilemas, elas são mais extrovertidas, conseguem lidar melhor com os próprios problemas e ouvem os outros. Não é a toa que os amigos querem se abrir para eles. A felicidade também aumenta para a ouvinte cheia de otimismo, na medida em que faz com que os outros se sintam bem.

Como readquirir essa aliada

Não há necessidade de passar por problemas sérios para resgatar o otimismo. É necessário ser apenas inteligente e se dedicar ao processo de cultivar hábitos de esperança. Algumas dicas para recuperar:

* Desperte a vontade de ser mais positivo. É fundamental. Só assim torna-se possível conseguir uma auto-imagem mais saudável.

* Quando problemas aparecerem, procure também olhá-los como desafio – e nunca como mais uma prova de que é um fracasso.

* Para obter sucesso, você precisa definir metas claras, concretas e perfeitamente descritíveis. (Objetivos vagos como “fazer o melhor” ou “tornar-se feliz” não funcionam). Quando concretizá-las, comemore. E defina uma nova meta. Dê a si mesmo a chance de provar que sucesso traz mais sucesso.

* Para dar um fim de vez na mania de se criticar pelos insucessos, os psicólogos sugerem duas técnicas. A primeira é substituir imediatamente os pensamentos punitivos por outro mais produtivos. Em vez de ficar culpando pela falta de tempo para um final de tarde com amigos, comece a bolar umas deliciosas férias en julho. A segunda é fazer um trato consigo mesmo: nada de ficar martelando possíveis falhas no exato momento ou logo depois de as coisas darem errado; melhor deixar para refletir sobre o problema algumas horas (ou mesmo dias) depois.

* Cuide-se. Pense em si mesmo como alguém que merece uma vida agradável. Durma o suficiente, alimente-se bem e faça exercícios regularmente. “Freqüentemente esquecemos a relação entre o corpo e a mente. Energia física se traduz em energia mental”, dizem os psicólogos.

* Ligue-se a pessoas cheias de otimismo. Lembre-se, ela é contagiante. Da mesma maneira que a falta dele.

* Encontre modelos de esperança em pessoas que conhece ou ouviu falar.

* Faça algo que jamais fez antes e que tenha a possibilidade de surpreender (e cativar) a si mesmo. Uma coisa que torna as pessoas suscetíveis à desesperança e à depressão é a inclinação para remoer os problemas e ficar atormentada com os erros. Como a meditação acalma a mente, é uma sugestão para combater tal problema. Outra é se ocupar com atividades agradáveis.

“Embora nada de importante tenha me acontecido nestes últimos meses, sinto uma grande satisfação simplesmente por poder dizer que vivo bem melhor. Além disso, me tornei uma pessoa mais forte e mais confiante, principalmente porque achei o caminho poderoso da ESPERANÇA”, finalizou Marina. E você?

Serviço

Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – Fone:- 236-9225.

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