Pesquisadores dos Estados Unidos apresentaram, nesta semana, um laptop de 100 dólares e disseram esperar colocar essas máquinas nas mãos de milhões de alunos do mundo todo. O Brasil deve ser um dos primeiros destinos da invenção.
Os equipamentos, da cor verde e do tamanho de um caderno, podem criar suas próprias redes sem fio (wireless) e funcionar em áreas desprovidas de um suprimento confiável de eletricidade, afirmaram cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) na Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, realizada na Tunísia.
“Essas máquinas robustas e versáteis permitirão que as crianças sejam mais ativas ao aprender”, disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan. A meta é distribuir esses laptops gratuitamente para crianças de países pobres que não poderiam comprá-los com recursos próprios, afirmou o pesquisador Nicholas Negroponte, do MIT.
Governos e doadores pagarão pelas máquinas, mas as crianças serão as proprietárias delas, disse.
“A propriedade dos laptops é algo fundamental. Você já lavou algum carro alugado na sua vida?”, perguntou Negroponte.
Produção
O laptop ainda não está sendo produzido, mas uma empresa ofereceu-se para fabricá-lo por 110 dólares e outras quatro estão avaliando proposta.
O computador opera a uma velocidade de 500 MHz, cerca da metade da velocidade de processamento dos laptops comerciais, e será equipado com o sistema operacional Linux ou algum outro sistema gratuito, disse Negroponte.
Ele pode ser armado de maneiras diferentes para servir como um livro eletrônico, uma televisão ou um computador. Uma manivela amarela que sai do lado do aparelho serve como fonte de energia alternativa quando não houver baterias ou uma tomada.
O computador usa uma tela de um player de DVD portátil. A tela, normalmente colorida, pode ser mudada para branco e preto a fim de ser visualizada com maior facilidade sob a luz do sol, disse Mary Lou Jepsen, que participou do projeto.
De graça
Um programa de fornecimento de laptops gratuitos implementado no Estado do Maine (EUA) aumentou o comparecimento às aulas e melhorou a participação dos alunos.
O cientista acrescentou que as máquinas poderão ser vendidas comercialmente por um preço mais alto — por cerca de 200 dólares.