O deputado federal Marcelo Barbieri e o prefeito Edinho Silva presidiram, nesta semana, reunião das mais importantes, no Paço Municipal “Rubens Cruz”, a fim de materializar o sonho dos araraquarenses: a remoção dos trilhos da ex-EFA e Cia. Paulista. O encontro, motivado pela visita do secretário de transportes terrestres do Ministério dos Transportes, Luiz Henrique Teixeira Baldez, constituiu-se numa etapa valiosa para assinatura do convênio entre Prefeitura Municipal e Ministério dos Transportes, no valor de 11 milhões de reais. Os cofres municipais vão responsabilizar-se por 20%.
De acordo com o deputado Marcelo Barbieri “a primeira parcela de 3 milhões deverá ser liberada dentro de, no máximo, 90 dias. Embora o governo esteja na dependência da prorrogação da CPMF”.
O cofre federal, devido a descabida pressão dos deputados do PFL (querendo prejudicar o governo de FHC que, para ajudar José Serra, teria fustigado a pré-candidatura de Roseana Sarney), tem cortado verbas de serviços essenciais. É que o imposto do cheque redunda em rombo orçamentário de 90 dias. E para que não houvesse solução de continuidade, a prorrogação deveria ter sido aprovada em março.
Mas, ao registrar esse contorno legal, obviamente, não estamos defendendo a cobrança da CPMF que, de provisória, tornou-se permanente. Incontestavelmente, é uma forma de meter a mão no bolso do trabalhador brasileiro, bastante estressado por oferecer, sem defesa, três meses de seu salário anual destinado à máquina administrativa.
Por isso, a liberação de verba para subtração dos trilhos e conseqüente aproveitamento da área – obedecendo-se aos padrões determinados pelo projeto do vereador-engenheiro Elias Chediek Neto – ficam subordinadas ao fluxo de caixa ditado por Brasília.
Quando o sonho (remoção dos trilhos), no entanto, ganha mais uma dose para fortalecer a sua viabilidade, chegam as lágrimas dos vereadores.
A imprensa registra que o vereador Carlos Manço, bastante revoltado, afirmou que “o prefeito Edinho Silva, em parecer enviado à Casa, chamou os vereadores de burros e ignorantes”. A declaração do parlamentar esquentou a votação de veto parcial do Executivo sobre venda de ações do município oriundas das telecomunicações.
Em reunião “sigilosa”, cujo teor é rotineiramente estampado pelos jornais, o vereador Napeloso chorou copiosamente e chegou à conclusão que “é questionável os delegados da OP – Orçamento Participativo – decidirem sobre áreas de investimento e os vereadores não”.
O mesmo vereador afirma: “me causou estranheza a Câmara não ser convidada para a reunião na Prefeitura – discussão sobre remoção dos trilhos -, pois, o secretário não veio para decidir a perfuração de um poço profundo, mas, a liberação de 3 milhões de reais”.
E os nobres vereadores, pelos brilhantes e pertinentes depoimentos, conseguem transmitir à população que entenderam a realidade: “a OP está tirando a nossa participação”. Aplauso à conclusão histórica inteligente…e o bonde está passando!