O CER “Leonor Mendes de Barros”, conhecido como Parque Infantil, celebrou nesta semana (30), 65 anos de existência. A comemoração contou com a presença dos alunos, pais, professores, funcionários, um aluno da primeira turma, e de Marcos Isidoro, secretário municipal interino de Administração que representou o prefeito Edinho Silva.
A diretora interina do CER, Ilda Coelho, abriu a cerimônia com a participação das crianças, e lembrou que este foi o primeiro CER do município. Poesia em jogral, canto e projeção de fotos compuseram as atividades festivas. Uma das atrações foi resgatada pela diretora: o Hino do Parque, composto em 1951 por Jaime de Oliveira, com música do maestro José Tescari. As crianças cantaram o Hino e emocionaram os pais. O livro de registros também resgatado, do ano de 1 942 a 1 975. Uma das professoras leu o primeiro registro escrito por Victor Lacorte, em 1942.
Mudança
Ilda contou que em 1 971 o Parque Infantil Leonor Mendes de Barros passou a ser Centro de Educação e Recreação. As crianças contaram um pouco da vida de Leonor de Barros, mulher do então governador de São Paulo, Adhemar de Barros.
O CER foi a primeira unidade escolar de Araraquara destinada a crianças com idade inferior a 7 anos. Hoje, atende 360 crianças de 3 a 6 anos, proporcionando atividades de recreação. A diretora titular, Eliana Toloi, destacou o quanto é agradável o ambiente do CER, “tanto para os alunos, como para os profissionais que aqui atuam”.
Um Juiz e
empresário
Da primeira turma, participou da comemoração dos 65 anos o sr. Genésio Deliza. “Foi em 1 941 e a minha inscrição era de número 18. Quando entrei aqui, hoje, a minha infância passou pela minha cabeça. É muito emocionante”, relatou.
Genésio lembra que na época não havia ainda a praça, era apenas um terreno da prefeitura cercado por arame farpado. Mesmo depois de ter terminado os estudos no CER, Genésio insistia em freqüentar o Parque. “Era um tempo bom. Cheguei a freqüentar o grupo escolar aqui também. Tinha um porteiro, o Pérsio, que não me deixava entrar, mas eu pulava o muro e ficava aqui até ele descobrir. A gente corria mais que ele”.
No Parque havia uma horta, ainda fresca na lembrança de Genésio, que acabou originando o seu apelido: Abobrinha. “Meu apelido foi em decorrência de ter cuidado da plantação de abobrinhas”, diverte-se.
Tempo
“Era uma época com outros valores. Não conheci ninguém aqui que tenha virado bandido”, orgulha-se.
Também fresca no baú de recordações, está uma viagem de excursão organizada pelo Parque, em que foi de trem para o Rio de Janeiro. “Ficamos 40 dias numa colônia de férias em Niterói”. Entre as histórias lembradas está a de que alunos passavam sabonete no chão para escorregarem na hora do banho. “Estou me sentindo tomando banho no banheiro coletivo! Parece que aconteceu ontem! É muito fresquinha na memória a figura dos amigos, os timinhos de futebol, a sopa de fubá com legumes”.
Genésio também participou das comemorações do Jubileu de Prata do CER. “Naquela época havia mais de 80 ex-alunos; mas quando o CER completou 50 anos, já não conseguimos reunir o mesmo número”. Agora, com 65 anos de existência do CER, Genésio foi o único ex-aluno a participar da homenagem. “A hora que eu entrei aqui, eu chorei. A idade deixa a gente fragilizado”, disse. Genésio, um menino ainda, com 71 anos de idade, quer participar de muitas outras comemorações do CER. “Quero participar das comemorações de 130 anos do Parque”, adiantou. Vida longa ao CER, e a Genésio! (Tadeu Queiroz)