Texto: Coca Ferraz
Anos atrás precisávamos trocar o antigo abrigo de ônibus que havia defronte a Igreja de Santa Cruz, uma vez que o mesmo era pequeno, não tinha banco para sentar e estava enferrujado com perigo de desmoronar.
Lá fui eu conversar com o Padre Afonso sobre o assunto, pois o abrigo estava localizado em área da igreja. Ao cumprimentá-lo tomei a primeira bronca por não aparecer nas suas missas. Dei lá uma desculpa e lhe falei do objetivo da minha visita. Aí tomei a segunda bronca, pois ele dizia que o abrigo deveria ser retirado e não ser substituído uma vez que atrapalhava a visão da bela arquitetura da igreja.
Concordei com a sua colocação, mas ponderei que o abrigo proporcionava comodidade aos usuários dos ônibus, muitos deles frequentadores da igreja. Depois de longa e difícil batalha argumentativa, acedeu, ainda que contrariado, quando eu prometi que seriam dois conjuntos de abrigos separados na parte central para que a "luz divina" emanada do altar pudesse chegar até a praça defronte à igreja gostou da minha inspiração?
Desde dia em diante, ficamos amigos, a ponto de ele várias vezes ligar me convidando para acompanhá-lo em excursão para a Terra Santa algo que deveria ter feito e não fiz.
Quando ele decidiu retornar para Tietê para cuidar da sua mãe doente, prestamos a ele uma singela homenagem eu, como prefeito em exercício, e o Elias Chediek, como presidente da Câmara. Homenagem mais do que justa, pelo muito que ele fez por Araraquara nos planos espiritual e físico.
Dia desses, para tristeza de todos nós araraquarenses, chegou a notícia que o Padre Afonso havia partido para nova etapa da vida cósmica.
Exemplo de ser humano e padre, teve uma linda trajetória de vida na sua passagem pelo planeta Terra. Certamente está agora junto a Deus ajudando a organizar as coisas lá no céu sempre com muita braveza, energia e bondade.