Marilene Volpatti
Quem nos dias atuais não sofre de impaciência? Tem que ter muita “paciência” para esperar na fila do banco, arrumar um namorado, um emprego, enfim, estar de bem com a vida.
Todos os dias você se pergunta: como é possível manter a calma quando falta tempo para fazer a maioria das tarefas?
As cobranças estão vindo cada vez mais e as transformações idem. Precisamos aprender que neste mundo tão complexo e agitado é necessário cultivar a “paciência”, pois, ela está ligada à estabilidade emocional. Saber dribrá-lá é uma atitude de equilíbrio.
Realidade
As informações chegam tão rápidas que nos dão a sensação de que conseguiremos absorvê-las e ter tudo resolvido do dia para noite. Engano total.
É pensando dessa forma que nos sentimos impotentes e cobramos uma agilidade maior que está além do ritmo possível. O resultado todos sabemos: vivemos ansiosos, estressados com a sensação de que as coisas não acontecem. Passa a impressão de que estamos vivendo na estagnação, ou ainda, de não termos habilidade necessária para lidar com o mundo interior e exterior e, nos frustramos.
Tudo no tempo
De nada adianta querer atropelar a natureza. Não podemos usar de recursos artificiais e reprogramar o tempo. Na essência da vida há um ciclo biológico de desenvolvimento cujos ponteiros devem ser respeitados.
Tomemos como exemplo uma criança: por mais estímulos que ela receba não conseguirá andar, falar ou correr antes de determinada fase de sua vida.
Saber esperar
A “paciência” requer perseverança e fé. Qualquer demora que ocorra é importante acreditar que não é uma negação, mas sim parte de um processo. Se não tiver confiança, a tendência é se preocupar e até se desesperar. Logo… a vida vira um inferno.
Cada coisa tem seu próprio tempo e este independe de nossa vontade. Mesmo que o sistema nos convença de que “tudo pode ser monitorado quando se bem entende”.
Quando exigimos superação de nossos limites, não podemos esquecer que somos carne e osso e que, portanto, existem grande chances de que esse modelo idealizado de perfeição não seja compatível com aquilo que podemos dar naquele momento.
Uma pessoa nunca se torna bem-sucedida de um dia para o outro. Não se familiariza, por exemplo, com uma nova tecnologia num estalar de dedos. Uns demoram mais outros menos, para dominar determinados processos. Uma certeza: todos precisam de um período de adaptação.
As vezes, achamos até ruim que em determinadas áreas demoramos muito para nos adaptar. Só que esse período pode ser uma importante lição sobre escolhas e responsabilidades.
É preciso deixar claro que “paciência” não é acomodação nem conformismo, mas sim, uma resistência ativa a essas cobranças exageradas. É uma lucidez instintiva que nos ajuda a compreender e respeitar o ritmo natural de tudo: dos outros e nosso próprio.
A partir do momento que fez o possível, tendo a consciência do próprio limite, os resultados desejados poderão vir no momento certo. Por isso, faça sempre o exercício da “paciência”. Com o passar tempo verá que saber esperar traz ótimos resultados.
Dicas positivas
Pela manhã diga: “para ter paciência devo aceitar que a vida é um processo e que certas etapas não podem ser antecipadas. Ao admitir isso será o primeiro passo para a minha evolução”.
Diga para si mesmo: “hoje vou trabalhar a compreensão e respeitar meu próprio limite. Não vou me violar, mas, fazer só o que for possível, estabelecendo prioridades”.
À noite medite sobre a experiência de ter incluído a paciência no seu dia. Exemplo: “fiquei feliz por ter sido paciente com minha colega de serviço que só sabe falar do carro novo que adquiriu e descobri que fico impaciente e perco a cabeça quando outra colega só sabe falar de seus problemas conjugais”.
Serviço
Consultoria: Drª Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – Fone:- 236-9225.