Outono com manacá-da-serra/jacatirão

Luiz Carlos Amorim (*)

O inverno está chegando e meu pé de jacatirão (ou manacá-da-serra, que é como se chama essa variedade de jacatirão de inverno) está florescendo desde maio. Está adiantado, carregado de botões, muitos botões e eles vão se abrindo, brancos, e depois vão se colorindo até ficar cor de vinho. Os outros tantos pés de manacá-da-serra/jacatirão, por aí, também estão florescendo há quase dois meses, por conta da desorientação das estações, que não estão muito fiéis aos seus tempos, chegando antes, chegando depois, às vezes quase não chegando. Mas o importante é que meu pé de jacatirão-manacá estreou: é sua primeira florescência. O outro pé de manacá-da-serra que eu tinha no centro do jardim morreu: eu o podei exageradamente, talvez, no ano passado e ele não brotou mais. Mas a natureza é mágica e, sem que eu plantasse, cresceu outro pé de manacá-jacatirão no jardim.

A verdade é que com o desequilíbrio climático, quase nada floresce no tempo certo, mas o meu manacá-da-serra, o meu jacatirão de jardim, não alinhou-se com os outros e desatou a exibir suas flores brancas e roxas. Outono com suas flores estendendo-as até o inverno, que é quando deveriam desabrochar.

As primeiras duas ou três flores que desabrocharam, com suas pétalas brancas, me deixaram muito feliz, pois é como se a primavera visitasse a minha casa, quase no inverno. E as pétalas vão ficando mais vermelhas, a cada dia, e novas brancas vão aparecendo, para passarem por um degradé e ficarem quase da cor do vinho. E o processo vai se renovando e as cores vão permanecendo.

Este ano não plantei amor-perfeito e petúnias, por isso meu jardim estava um pouco triste. Mas, por outro lado, já estou colhendo morangos, tenho bastante manjericão para temperar peixe, fazer molho pesto e defumar anchovas e tenho, também, hortelã, cana-limão, sálvia, guaco e alecrim, para fazer chá e enfrentar a gripe que vem por causa do frio. E salsinha, cebolinha, os temperinhos verdes que não podem faltar. Além de alguns pés de hibisco, que florescem fabulosamente em qualquer estação.

E ainda há tempo para plantar os amores-perfeitos e petúnias, para fazerem companhia aos jacatirões floridos e assim deixar mais colorida e feliz a minha casa. Dos dois pés de funcionárias que lá existiam, um ainda insiste em florescer. O outro, os mesmos bichos que comem minhas folhas de couve comeram ele todo, deixando só a raiz.

Mas nem ligo, porque meu manacá/jacatirão está cheio de flores.

(*) É Escritor, editor e revisor, cadeira 19 na Academia SulBrasileira de Letras, Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, com 44 anos de trajetória. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

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