Ao invés de colocar mesa no corredor, com água e café, melhor seria o contato com o povo, sem barreiras. É a fonte geradora do efêmero poder e, invariavelmente, procurado a cada 4 anos para renovar o mandato.
Sublinhe-se que nem todo eleitor, que tem a bendita vontade de acompanhar a sessão ordinária, toma café…
Depois de muito tempo fomos visitar o velho e querido “Palacete São Bento”, a fim de acompanhar o pronunciamento da Dra. Clara Peckmman Mendonça na “Tribuna Popular”. Tema dos mais sérios: a Aids que teima em ampliar seus tentáculos apresentando-se com subtipos diferentes e desconhecidos. É como se surgisse outro vírus, sem carta de apresentação e com a finalidade de invadir o núcleo da célula e modificar sua estrutura para minar a resistência do organismo. A Profa. Rosa Godoy, à página 2, que tem recebido apoio da oradora e da Professora Vera Lucy de Santi Alvarenga (Unesp) para um programa avançado junto aos trabalhadores da Coseas (USP), lança um alerta: Araraquara precisa continuar na liderança municipalista para enfrentamento dessa doença com uma política cristalina, de paz e, preferencialmente, de muita união para atingir a meta. O complemento é do articulista, considerando que encontramos o advogado Marcelo Lopes naquela Casa de Leis afirmando que a diretoria do Gaspa está disposta a entregar o comando da entidade à sua fundadora (Dr. Clara). É justo, respondemos. Uma questão de respeito à história de vida dessa educadora que fez de sua existência a conjugação do verbo servir.
É interessante salientar o salutar clima democrático. O presidente Eduardo Lauand dando 1 minuto para cada vereador se manifestar no chamado “Pinga-fogo”. Claro que os vereadores ultrapassaram o tempo preconizado. Dudu, como era chamado da Tribuna, bonzinho, dava sempre mais 1 minutinho. Pensamos até em sugerir pelo menos 3 minutos para a explicação pessoal, mas, pelo desfile de oradores e temas tratados percebeu-se, a final, que 1 minuto está de bom tamanho. E agora os nobres edís têm a televisão (canal fechado- 96 da Horizon) para se comunicar. Claro que devem melhorar a forma e conteúdo para que a audiência signifique mais votos na próxima eleição. Ou pelo menos, a certeza de que votaram certo e o mandato está sendo cumprido satisfatoriamente.
Passado
É difícil a comparação e até deselegante, mas, tivemos a oportunidade de conviver com um plenário mais determinado, com pronunciamentos da mais alta qualidade e discussões acirradas, eivadas de grandes emoções e transformadoras de atos administrativos. Os debates levavam pessoas até ao Pronto Socorro. É verdade… os hipertensos sofreram bastante!
Privacidade
Com a nossa ferramenta de trabalho (máquina fotográfica), procuramos a porta do plenário para colher o flagrante da Dra. Clara Peckmman que defendia medidas urgentes para que a comunidade não sofresse com a omissão ou falta de trabalho eficiente dos responsáveis.
Abruptamente, um segurança uniformizado, obviamente cumprindo ordens da Mesa Administrativa (atual composta por Dudu Lauand, Vera Botta e Edelmo), informou que não poderíamos passar porque o local era privativo dos vereadores. Tudo bem, apertamos o disparador para mostrar o agente que suprimiu nosso direito à execução do trabalho, numa casa democrática onde por 16 anos tivemos a honra de atuar, secretariar e até presidi-la.
Nem por isso defendemos privilégio, mas, ser barrado na casa do povo? Claro que o fato doeu duplamente.
A Dra. Clara terminou sua alocução e fomos embora curtindo a frustração de ver que os vereadores de hoje adoram privacidade.
A propósito, em quem você votou para vereador? Tem acompanhado a sua maneira de pensar, sentir e agir no contexto do mandato outorgado? (Geraldo Polezze)
