Operação do Exército iraquiano mata 28 e prende 700 em Bagdá

Com agências internacionais

Ao menos 700 supostos terroristas foram capturados nos primeiros quatro dias de uma ofensiva do Exército iraquiano em Bagdá (capital do Iraque), que teve o apoio de militares americanos. A ação, chamada de Operação Relâmpago, deixou 28 mortos.

Segundo o Iraque, cerca de 40 mil soldados participam da ação.

A presença das forças de segurança nas ruas de Bagdá –cidade com mais de 6 milhões de habitantes– aumentou desde o último sábado (28). Os soldados organizaram postos de patrulhamento itinerantes, equipados com caminhões, e vigiam as ruas da cidade. Qualquer casa considerada “suspeita” é invadida.

O ministro iraquiano do Interior, Bayan Jabr –que também é membro do Supremo Conselho da Revolução Islâmica no Iraque, o maior partido xiita no país–, disse estar determinado a “acabar com as torturas da polícia” contra os presos, um dos maiores problemas enfrentados pelas autoridades iraquianas.

Diversas informações sobre torturas de civis pelo Exército iraquiano foram reportadas no último ano.

Um relatório divulgado pela ONG de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), em janeiro passado, mostra que o Ministério iraquiano do Interior foi apontado como uma das principais organizações responsáveis por torturar pessoas detidas no país, incluindo crianças.

Ainda segundo o relatório, os presos não têm direito a receber visitas de seus familiares e advogados. A HWR também denuncia as condições das prisões, classificando-as como “muito ruins”.

Guerra civil

O ministro negou ainda envolvimento de xiitas no assassinato de clérigos sunitas. No mês passado, mais de dez religiosos das facções xiitas e sunitas foram mortos, aumentando a tensão e os temores da explosão de uma guerra civil.

Jabr culpou os “terroristas” pelo assassinato dos clérigos, e afirmou que esses atos têm por objetivo fomentar o conflito civil.

Os xiitas iraquianos compõem cerca de 60% da população iraquiana, estimada em 26 milhões de pessoas. Eles foram oprimidos pela minoria sunita –20% da população– durante o período em que o então ditador Saddam Hussein esteve no poder.

O novo governo iraquiano, criado em 28 de abril último, é formado em sua maioria por xiitas e curdos.

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