A Santa Casa comemora oito anos de implantação do Serviço de Cirurgia Cardíaca em Araraquara. Reconhecido como centro médico-hospitalar de excelência, é motivo de orgulho à comunidade. O Serviço de Cirurgia Cardíaca nasceu pequeno, é verdade. Com apenas alguns leitos, teve o privilégio de atravessar dificuldades e vencê-las com muita competência. O ideal, a dedicação e a qualidade dos seus profissionais tornaram-se fortes motivos para que a Santa Casa criasse o seu próprio Hospital do Coração.
A reportagem do JA, interessada em mostrar a evolução da cardiologia em Araraquara, conversou com o pioneiro da cirurgia cardíaca na cidade, Doutor Hércules Lisboa Bongiovani. O médico, com cristalino espírito humanitário, falou sobre seus oito anos de trabalho na Santa Casa durante os quais realizou aproximadamente 1.500 procedimentos cardíacos em adultos e crianças.
“Enfrentamos o desafio de sermos pioneiros nessa área, na região de Araraquara. Tudo era começo, tudo era estranho, tanto para os colegas quanto para os profissionais da Enfermagem. Enfrentamos enormes dificuldades no início, pois era necessário o treinamento do pessoal envolvido, o entrosamento com os diversos setores do hospital como banco de sangue, núcleo de hemoterapia, laboratório, cardiologia, UTI e Centro Cirúrgico. Conseguimos, com muita luta, vencer todas as barreiras e transformamos o Serviço de Cirurgia Cardíaca no Hospital do Coração para atender 25 municípios”.
É assim que o médico Hércules Bongiovani relembra, até mesmo com certa emoção, a implantação desta valiosa unidade na Santa Casa.
Para ele, as dificuldades foram amenizadas pelos bons resultados obtidos. “O fundamental para um serviço deste porte é conseguir a credibilidade dos cardiologistas da cidade e região. Isso só se consegue, é lógico, com bons resultado”, comentou.
No campo profissional, isso lhe deu satisfação? Foi a pergunta que fizemos a Hércules Bongiovani que, com muita humildade, respondeu: “A maior satisfação de um cirurgião cardíaco é o agradecimento que vem em forma de ‘muito obrigado, doutor’ no dia da alta do paciente que se internou para ser submetido à cirurgia e estava angustiado, apreensivo e temeroso. É sempre aquele ‘muito obrigado’ que sai do fundo do coração das pessoas. É, assim, o momento certo para, sempre, agradecermos a Deus”.
Força do número
Segundo o Doutor Hércules, o Serviço de Cirurgia Cardíaca está com aproximadamente 1500 cirurgias realizadas e os resultados alcançados são semelhantes aos verificados nos grandes centros do Brasil. E alguns dados são apresentados com certo orgulho: “o índice de reabertura para revisão de hemostasia no nosso serviço permanece zero, desde 1998. Não tivemos nenhum óbito por infecção cirúrgica neste ano. Já alcançamos neste serviço, 2,5% de mortalidade nos pacientes submetidos à revascularização do miocárdio (pontes de safena) que é um excelente índice em relação aos parâmetros internacionais”.
Prestígio
As pessoas que têm uma convivência mais ampla com a comunidade médica reconhecem que se mede a capacidade, dedicação e a sensação de realização dentro da profissão observando-se os trabalhos científicos no contexto da especialização médica. Os trabalhos científicos, publicados em âmbito mundial, evidenciam a produção profissional que valoriza o médico. Neste particular, Hércules Bongiovani é um dos nomes mais respeitados da cardiologia brasileira, com inúmeros trabalhos originais. Vale a pena conferir.
* Plastia da válvula aórtica (por avanço do folheto), idealizado e publicado em 1989. É uma técnica cirúrgica para reconstrução da válvula aórtica quando ela se apresenta insuficiente.
* Ponte Intercoronariana: é uma “mini ponte” onde se utiliza um pequeno segmento de veia Safena ou de Artéria Mamária, suficiente para se direcionar o fluxo de sangue por sobre a lesão. Esse desvio é feito da Coronária para a própria Coronária evitando-se, assim, a Anastomose na Artéria Aorta, como mostra a figura.
* Reconstrução de coronária: que é a retirada do segmento lesado da coronária e posterior sutura das extremidades restantes. Dess’arte, é restabelecido o trajeto normal do fluxo sangüíneo.
* Finalmente, o reimplante de coronária. Ao invés de se fazer uma ponte de safena ou de artéria mamária para uma lesão de óstio (como mostra a figura no box abaixo), ela é ressecada e reimplantada em outro local. É o melhor tratamento para esse tipo de lesão. Esse trabalho foi aceito para publicação na revista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular. Atestado inconteste da competência profissional do cirurgião cardíaco Hércules Bongiovani.
Grande marca
Para a diretoria da Santa Casa, os oito anos de atividades do Serviço de Cirurgia Cardíaca, hoje Hospital do Coração “Cônego Lourenço Cavallini”, devem ser comemorados com muito entusiasmo. O hospital alcançou grande desenvolvimento e se projetou no país, graças ao trabalho realizado por idealistas como o Doutor Hércules.
O médico
pioneiro
que opera
com Amor!
Com trabalhos científicos, publicados em revistas especializadas nacionais e internacionais, o médico Hércules Lisboa Bongiovani, que tem experiência de 20 anos em cirurgias cardíacas, ocupa lugar de destaque entre os melhores profissionais dessa especialidade no país. Até o 5º ano, cursou a Faculdade de Medicina de Catanduva. O 6º ano foi realizado no Internato Médico Sistema Rotatório no Hospital do Servidor Público (1978), em São Paulo.
Hércules Bongiovani realizou Residência Médica em Cirurgia Geral na Faculdade de Medicina de Catanduva, especialização em cirurgia cardíaca no Hospital São Francisco (período de 81/1993) e estágio em cirurgia cardíaca infantil, em 1989, no INCOR.
Com vasta participação em congressos onde também colocou em discussão importantes trabalhos, Hércules Bongiovani ganhou notoriedade na implantação do Hospital do Coração da Santa Casa de Araraquara, o que ele considera um dos maiores centros cardiológicos do país.
Pacientes e familiares dizem que o Dr. Hércules é atencioso, carinhoso com todos que precisam dos seus serviços. Ficam encantados logo que o conhecem. Quando não, revelam que ouviram falar do seu lado humanitário, chegando até a compor músicas e gravando-as com cantores de Araraquara, a fim de destinar a renda ao hospital. Os pacientes e familiares dizem que é Deus no céu e ele na Terra, disse a paciente Jandyra Azevedo Gazella, de Araraquara. Muitos outros pacientes têm externado o “muito obrigado” com palavras também carinhosas.