O papel da família

Valter Merlos (*)

A chegada de 2007 nos proporciona elevada dose de esperança em torno de uma cidade melhor e de um mundo infinitamente bom para todos, onde as pessoas possam aproveitar as coisas boas da vida e saibam superar as dificuldades. Entre os meus desejos, está um que considero importante e do qual não abro mão: que todos tenham força para lutar sempre pela família, pois, ela é a célula mais importante da sociedade e uma desestruturação generalizada das famílias seria lamentável.

A vida por si só tem nos ensinado a conviver com inúmeros problemas no dia-a-dia, mas, também tem nos dado paciência suficiente e segurança para buscarmos alternativas e soluções, seguindo caminhos éticos e práticos sem que, para isso, tenhamos que depreciar ou desrespeitar o próximo. O ideal que trazemos, baseado na prática do bem, é de uma grande recompensa que nos chega através das bênçãos de Deus.

Se essa época do ano é propícia para reflexões sobre nossos atos, relembro com muito carinho dos primeiros dias como presidente de uma entidade classista e onde a função exercida nos deu condições de conhecer as pessoas que até então não faziam parte da nossa convivência diária; e dos seus problemas e dificuldades não sabíamos quase nada. De cada uma tiramos lições para aprimorar os nossos conhecimentos, entendendo que na vida ainda há um mundo infinito de exemplos que, se bem aplicados, poderão nos conduzir ao aperfeiçoamento e na construção de um mundo melhor.

Ser presidente de uma instituição não é tão somente desfrutar do prazer de conviver com amigos e defender dentro da legalidade os direitos da entidade para a qual fomos escolhidos. É também ter ciência dos problemas da comunidade, contribuir com sugestões, discutir alternativas na formação de projetos, entendendo as palavras de Rui Barbosa: “A Pátria não é ninguém, são todos e cada qual tem no seio dela, o mesmo direito, a mesma palavra, a mesma associação”. Daí o nosso envolvimento de uma forma global. Abraçado por esse conceito é que vemos o papel da família, dando-nos o equilíbrio, ainda que as coisas em nossa vida nem todas sejam boas. Já que a perfeição não está somente nas coisas boas e sim no equilíbrio entre as boas e as ruins. As coisas ruins são importantíssimas na natureza, tanto quanto as boas, pois participam do equilíbrio.

Tenho procurado visualizar em cada companheiro da nossa diretoria a imagem de um membro familiar, onde o grau de companheirismo se sobrepõe pela disposição e laços de fidelidade. É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo, materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal e é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários e onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais. Por essa razão é que eu digo da importância de ser dirigente, ter humildade em aprender e saber ver a todos, sem discriminação.

Não precisamos esperar um resultado para nos orgulharmos do nosso empenho, pois, a beleza do prêmio nunca será maior do que o orgulho da busca e da dedicação. E toda família deve pensar assim para tornar-se grande e forte.

(*) É presidente da ACIA.

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