Marilene Volpatti
Ela não quer muito. Nenhum esforço descomunal. Tudo que espera, é simplesmente, que tenha um pouquinho de iniciativa, um minimozinho de intuição, compreensão, carinho, generosidade. E também, coerência na hora certa, evidentemente!
Que o homem tenha cromossomos a mais e que não tenha mesmo uma aliança com o nome de outra escondido no bolso (ou seja lá que esconderijo for) já é um bom começo. No mais, a mulher, não exige quase nada. Um gesto significativo aqui, duas palavrinhas certas ali. Pronto, está satisfeita. Não dá para entender por que tantos homens acham isso complicado.
Os reis da complicação são eles. Dizem que fazem e acontecem, mas cadê a famosa iniciativa, quando é mais necessária? Por exemplo, uma jovem sai à noite, obviamente sonhando em encontrar alguém interessante, e muitas vezes o infeliz que parece ter tudo para ser o tal não mexe uma palha para facilitar a aproximação. É inacreditável como os homens custam a entender os sinais mais evidentes que uma mulher dá para que eles se aproximem numa boa.
Interação
A mensagem, que a mulher passa, com os olhos e com gestos é: “mostre que você notou que eu notei você… e que gostou disso.” Quem pode afirmar, em sã consciência, que um recado tão transparente e honesto encerra algum tipo de confusão?
Será que vou?
Apesar do que foi dito, muitos homens ficam naquele chove-não-molha porque, segundo eles, parada dura mesmo é o que vem depois do primeiro passo. Por que?
– Mulher hoje em dia, argumenta, quer papo intelectual.
Que calúnia!
O segundo mínimo, que se espera, é que o papo flua, e para isso só é necessário um pouquinho de sensibilidade. É muito fácil. Tem mais: o que interessa, também, não é tanto o que se diz, mas como se diz. Pode existir coisa mais simples?
Por ser a mulher tão pouco exigente, ela se acha no direito de esperar também que ele entenda o seu “não” que significa “sim”, e vice-versa. Deu para entender? Faz parte do jogo da conquista… e, afinal, o homem não foi sempre um graaaande mestre nisso?
Quer uma prova maior que a mulher realmente não quer nada demais? É aquela que é dada na hora do amor físico. Por acaso ela cobra desempenho? Raros são os casos de cobrança. Nessa hora, o homem que faz o gênero de noventa nove por cento das mulheres é o sensível, o intuitivo, o inventivo. Eles correm pouquíssimo risco – na realidade, risco quase zero – de estar com uma parceira total e assustadoramente segura de si.
Caso sério
Digamos que o envolvimento fique sério. E daí? Nem mesmo aí ela exige de um homem mais do que o humanamente possível. No fundinho, ela só quer duas coisas, ambas muito simples:
1º) Que ele saiba o quer – isto é, a mulher.
2º) Que, pelo menos, demonstre estar consciente do grande sortudo que é por ter conseguido o que quer – isto é, a mulher.
Simples não é mesmo?
Mesmo porque, ela dá demonstração mais do que explícita de saber a sortuda que é por ter encontrado essa maravilha de homem. Paparica de todas as formas (por telefone, agrados, mimos e carinhos os mais variados possíveis e imagináveis), em caso de extrema necessidade até lhe dá um completo banho-de-loja para deixá-lo ainda mais atraente da cabeça aos pés. E faz tudo isso desinteressadamente, apenas por ele. Nada mais. O mínimo que ela espera em contrapartida, é que a reciprocidade seja verdadeira.
Um homem que abre mão do futebol para levá-la a um cinema, teatro, restaurante, qualquer passeio, vai para casa quando estão cansados etc, etc, etc, não está fazendo nenhum sacrifício, apenas retribui a dedicação a ele oferecida.
É bom deixar claro que a mulher não espera que a vida seja feita somente dessas pueris manifestações de afeto que, sabe Deus por que, constrangem muitos homens e deu a fama – injustíssima, por sinal – de ser a mulher sufocante e egoísta. Como o homem, também a mulher quer coisa mais profunda: um verdadeiro companheiro, não um mero fã (ou paizão ou mesmo um filhão). Ela quer, isto sim, um parceiro com quem possa discutir, de igual para igual, sem receio de magoar.
Vida própria
A mulher tem uma vida própria. Uma personalidade. Coisas para dizer. E a provar. Por esses e outros motivos, ela entende as necessidades masculinas, sim senhor. Tanto é que, passados aqueles primeiros momentos de arroubos, aquela fase “de não desgrudo de você”, ela permite que ele viva a própria vida. Incentiva sua independência, a total autonomia. Em que lugar está escrito que só a mulher sabe lavar louça, passar a ferro sem enrrugar o colarinho da camisa?
O mínimo que a mulher espera, por dar tamanha força ao ego masculino, é retribuição na mesma moeda: que ele permita que ela vá a luta também.
Com certeza, isto não quer dizer ter que ir um para cada lado. Somente, permitir-se uma certa distância. É muito bom e salutar bater longos papos com outro homem, sem que o companheiro venha se intrometer com ares de dono do manjar. O que a mulher espera é que ele entenda que não há nenhum mérito na fidelidade, se ela nunca foi posta à prova. É importante que ele saiba se situar na chamada vida real. Não é nenhum absurdo… e vai lhe fazer um bem para lá de bom.
Passam-se os anos
Evidentemente com o passar do tempo, de vida em comum, a paixão recebe um “basta leão”. Longe de qualquer mulher consciente imaginar que seu companheiro nunca irá prevaricar por pensamentos, palavras e obras. Aí, o que ela espera que ele faça? No mínimo, um empenho real (mais por obras e palavras que por pensamentos) para se fazer perdoar. Não é fácil. Mas se consegue.
Na realidade mesmo, o mínimo que se espera de um homem é uma coisa só: faça o favor de entender de uma vez por todas que se a mulher não fosse doidinha por você não ia perder tempo esperando coisa nenhuma… E tá escrito!
Serviço
Consultoria: Drº Tereza P. Mendes – Psicoterapeuta Corporal – Fone:- 236-9225.