Não dá para defender este ou aquele partido, como disse nesta semana o vizinho Datena (Band) ao se referir sobre sua amizade ao Lula e Geraldo Alckmin. “Gosto mesmo e acabou. Pouco me interessa o PT, PSDB, para mim é tudo a mesma coisa”. A diferença, caro jornalista ribeirão-pretano, é o político ser da situação ou oposição. Os papéis se invertem, trocam de camisa e nos deixam perplexos, o que era não é mais. Só o contribuinte-eleitor do mesmo lado: fraco, pagador da conta e revoltado.
Nesta onda de CPI, quando o Governo Lula se desdobra para evitar a Comissão Parlamentar de Inquérito, através de seus fiéis escudeiros (com ajuda até do MST para mudar voto de uma senadora), ganha sentido o choro do senador Eduardo Suplicy. Enfrenta a orientação do PT e diz que pode não ser candidato mas não tem como jogar ao lixo o acervo moral que amealhou em sua vida pública. É assim, o PT-Governo tem medo do que pode ser apurado. O mesmo medo que FHC estampou quando foi pressionado com investigação semelhante (enxurrada de privatizações) colocando o PSDB para negociar a retirada do requerimento-acusatório. Quem está no poder tem medo de ser checado, um desassossego que extermina a transparência.
Os políticos-contorcionistas atuam para evitar a investigação, se esquecendo que o povo registra fortemente a mancada, a manobra covarde que indica existir coisa feia por debaixo do tapete.
O tempo passa e, com ele, o fortalecimento da idéia de que políticos são de uma casta inatingível. O povo também percebe que está sozinho e tem que se virar, buscar novo patamar no contexto da democracia representativa.
Saindo de Brasília, retormando às terras da “Morada do Sol”: até hoje a imagem do prefeito Edinho Silva está chamuscada pela guerra detonada no sentido de coibir a tal Comissão Parlamentar de Inquérito (proposta pelo vereador Chediek) que, na sua frágil existência foi abruptamente guilhotinada, “sem investigar absolutamente nada de nadinha”, como disse o seu presidente, vereador Carlos Manço.
Os políticos mostram que têm medo da investigação. A maioria, como vemos escancarado no jogo político, se cobre com o lençol de linho branco…salpicado de pontos de exclamação. São verdadeiras balas que matam a esperança do eleitor que, estressado, não aceita conviver com agentes-lobos, bravateiros, mentirosos, falsos e assassinos da democracia.