"Nunca, jamais desanimem, embora venham ventos contrários".
Bom dia. Você assistiu ao debate? O que achou? Imagine só que você terá de agüentar mais três debates! Se for mantido o "nível", é capaz de dormirmos antes do final. Gostaria muito de ver debate de idéias e não de denúncias e mais denúncias. Além disso, ouvir aquela "delegado de porta de cadeia", foi muito forte. Conhecemos "advogado de porta de cadeia". E mais adiante, ter que suportar "a Petobrais".
Bem, como todos sabem, posso não entender de política, mas tenho senso, como todos os brasileiros de mediana cultura. Não entendo de política, mas sei distinguir o que é bom do que é ruim, o que é falso do que é verdadeiro, o que é mentira do que é verdade e assim por diante. Bem… prefiro que vocês leiam o que escreveu Fábio F. Storino. É doutorando em Administração Pública e Governo pela FGV-EAESP. Apreciem seu comentário, logo após a realização do debate entre os candidatos à Presidência da República.
Quem venceu o debate?
Acabou há pouco o debate entre os candidatos à presidente na TV Bandeirantes. Já começo a imaginar a pergunta que jornalistas e analistas políticos buscarão responder nos jornais de amanhã:
"Quem venceu o debate?"
Geraldo Alckmin
Confesso que essa pergunta soa bastante engraçada para mim. Se o objetivo de um debate é esclarecer os eleitores a respeito das diferenças entre as visões de mundo e, mais especificamente, entre as plataformas de governo de cada candidato, então o vencedor é sempre o eleitor, ninguém mais. Se um candidato se diz a favor da desvinculação entre o aumento do salário mínimo e o do benefício da previdência e o outro, contra, não há uma resposta "vencedora", é o eleitor quem sai vitorioso, por saber agora o que pensa cada um dos candidatos sobre esse tema.
Lula
Quando um dos candidatos invariavelmente ganhar as eleições, pode-se até dizer que suas idéias (ou seu plano de governo) venceram as de seus oponentes, ao menos no que se refere à preferência da maioria da população. Mas, além de ser uma enorme "forçação de barra" – afinal, ignora vários outros fatores pelos quais um eleitor escolhe um determinado candidato, em detrimento dos demais. Isso não diz nada sobre a "superioridade" de uma proposta sobre as outras: afinal, essa mesma proposta pode se mostrar um imenso erro no final das contas (e do mandato).
Findo o debate de hoje à noite, entretanto, sinto-me no dever de responder à pergunta-título deste post da seguinte maneira: NINGUÉM VENCEU, TODOS PERDEMOS NESSE DEBATE!
Os dois candidatos não apenas fracassaram no principal objetivo do debate -o de mostrar as diferenças entre suas propostas – como preferiram, mais uma vez, trilhar um caminho muito perigoso para a democracia brasileira. Ao reduzirem o debate a uma comparação das virtudes morais e os números referentes às administrações passadas de cada um (resumindo grosseiramente as falas de ambos os debatedores: "Você é mais corrupto e mais incompetente do que eu!"), os candidatos correram o risco de passar aos eleitores mais desatentos a mensagem de que "todo político é igual" ou de que "nenhum desses aí presta".
Perdemos mais uma chance de debater o futuro do País e, sobretudo, das diferentes alternativas para se chegar lá. E a democracia brasileira ainda corre o enorme risco de ver aumentado um de seus maiores problemas: a apatia política de seus cidadãos. Isso pode se refletir não apenas nas eleições (com a ampliação do movimento pelo voto nulo ou em branco), quando o cidadão tem a chance de premiar ou punir os políticos com seu voto, como também no que talvez seja seu papel mais importante: o de acompanhar os mandatos dos eleitos (tanto governo quanto oposição). E esse último papel é tão importante que não ocorre apenas de quatro em quatro anos, mas ao longo dos 365 dias de cada ano!
Enquanto não temos um candidato vencedor nestas eleições, cobremos de nossos candidatos um debate de mais alto nível. Só assim poderemos ter "vencedores" nos próximos debates.
Vamos aguardar. Pelo que sei, ainda haverá mais 3 debates. Espero, aliás, como todo o povo brasileiro, que possamos ver um debate de idéias, sugestões, pontos de vista positivos. Queremos sim escolher o nosso futuro presidente, através de um voto justo. Mas, parece que está um pouco difícil.
É… vamos aguardar…
"O pessimista senta-se e lastima; o otimista levanta-se, segue e age".
Até a próxima semana – celp@terra.com.br
Profª Teresinha Bellote Chaman