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Nome Próprio

Metamorfose falante

Especialista em tipos com forte sotaque, Thalma de Freitas se diverte com a Baiana de “Bang Bang”

Texto: Fabíola Tavernard/PopTevê

Falante e extrovertida, Thalma de Freitas surpreende pela maestria com que alterna diferentes pronúncias. Cada passagem de sua vida ela conta abusando das gírias e entonações típicas das cidades por onde passou. A atriz, que interpreta a Baiana em “Bang Bang”, tem uma facilidade impressionante de falar como os baianos, os mineiros, os gaúchos, os cariocas, os paulistas… Talvez por isso ela seja constantemente convidada para viver papéis que tenham o sotaque carregado como marca registrada. Foi assim com a Marilda de “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, com a Zilda de “Laços de Família” e no filme “Filhas do Vento”, que lhe rendeu o Kikito de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Gramado de 2004. “Eu diria que sou uma especialista em sotaque, porque para todo lugar que eu vou, aprendo a forma de falar. Para mim, é como se fossem vários dialetos”, explica a carioca, que mudou-se para São Paulo aos seis anos de idade.

Para interpretar a Baiana de “Bang Bang” não foi diferente. A personagem é a única brasileira na fictícia cidade americana de Albuquerque, e tem um “baianês” para lá de carregado. “Tenho certeza que me chamaram porque sei fazer o sotaque muito bem”, orgulha-se. Segundo ela, a intenção do autor é levar o Brasil para dentro da história através da cozinheira “linda, apimentada e misteriosa”. Fica claro em várias cenas que Baiana guarda vários segredos por debaixo da enorme quantidade de “panos” que veste. Mudar o visual foi outro chamariz, já que poder “brincar” com estilos, cabelos e figurinos diferentes é extremamente instigante para a vaidosa atriz. “Quis fazer essa personagem muito arretada. E o figurino dela é o mais lindo que já usei”, elogia.

Precoce como ela só, Thalma começou a cantar na noite paulistana aos 17 anos. Mas acabou descobrindo que interpretar, em todos os sentidos da palavra, é sua grande paixão. Desde pequena, adorava ser o centro de atenções da família com suas imitações. E foi com os musicais “Hair”, em 1993, e “Nas Raias da Loucura”, em 1994, que ela descobriu que poderia unir o canto e a dramaturgia. “Tanto que me considero intérprete das minhas músicas”, diverte-se. Logo depois, surgiu o convite do diretor Jorge Fernando para viver a Dolores em “Vira-Lata”. Daí por diante, Thalma resolveu investir na carreira de atriz, mas sem grandes pretensões. “Não vou ficar mal se não me tornar uma Fernanda Montenegro quando crescer. Sou mais crítica como cantora do que como atriz”, confessa.

Aos 30 anos, Thalma vê na carreira de atriz – principalmente de tevê – a oportunidade de ganhar mídia no ofício de cantora. Além de fazer parte da Orquestra Imperial, Thalma já lançou disco solo, onde a música “Cordeiro de Nanã” emplacou como tema da protagonista Suzana Vieira em busca da filha em “Senhora do Destino”. A base instrumental do CD, aliás, ficou por conta de seu pai, o maestro Laércio de Freitas. “Meu pai é um dos melhores bateristas do mundo”, rasga-se. Embora conciliar os shows com as gravações se torne meio complicado às vezes, Thalma prefere se conformar. “Como todos os integrantes da Orquestra têm suas prioridades, não se torna uma problema a falta de um ou outro nos shows”, explica.

Ainda sem saber os rumos de sua personagem depois que Mário Prata deixou o comando da novela, Thalma prefere deixar as coisas acontecerem, mas não esconde a satisfação por poder expressar pela primeira vez sua veia cômica. A atriz arrisca-se a dizer que Baiana pode também ser uma tremenda trambiqueira, já que a cozinheira, para fazer uma graninha extra, lê o futuro das pessoas através dos búzios. “Eu levo tudo que ela diz muito a sério, porque para você mentir bem, tem de acreditar na mentira. Com ela é tudo meio dúbio. Ainda não sei o que a Baiana tem”, conclui, aos risos.

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