Nome Próprio

Um homem familiar

Luigi Baricelli usa o humor para colorir o vilão Raul, de “Alma Gêmea”

Texto: Carolina Marques/PopTevê

Atento. Este é um adjetivo que por si só já diz muito sobre Luigi Baricelli. O ator de expressivos olhos verdes e sorriso sempre aberto é um perfeccionista assumido. Enquanto dá entrevista, não deixa nada à sua volta escapar. Reformando o confortável tríplex em que mora, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, é ele quem coordena as ações do pintor. Nem um simples lacre de latinha de refrigerante caído no chão da varanda escapa ileso de sua observação. “Gosto das coisas arrumadas. Já reformei essa casa sei lá quantas vezes”, conta. Apesar da alma de síndico, o ator não é desprovido de senso de humor. Pelo contrário. Luigi ri muito. Principalmente do inescrupuloso Raul, seu personagem em “Alma Gêmea”. Um homem que, ao contrário do ator, não está nem aí para a família. “O Raul é egoísta e ambicioso. Faz o que for preciso para atingir seus objetivos”, descreve.

Luigi não é adepto de laboratórios. Costuma seguir o texto à risca e dificilmente faz o que não está sendo pedido. “Gosto de descobrir o personagem junto com o público. Isso me dá mais naturalidade”, argumenta. Para o ator, a motivação de Raul está na convicção do personagem de que o importante é se dar bem nesse mundo. “Ele tem ironia, chega a ser engraçado. Não possui máscaras. Estou utilizando o humor para desenvolvê-lo”, analisa.

Com graça ou não, o contador almofadinha de “Alma Gêmea” tem aprontado. Depois de botar a pobre mulher Olívia, feita por Drica Moraes, porta afora com malas e filhos, agora quer apoderar-se do bem-sucedido restaurante da ex. E sem cerimônia, aproveita-se de uma doença de Olívia e vai logo metendo a mão no caixa da empresa. “Ele não está nem aí para ela. O que ele quer é acumular bens”, aposta Luigi.

Segundo Luigi, Raul pode não amar ninguém, mas esconde um segredo do passado em relação à personagem de Liliana Castro, a finada Luna: “Ela foi a única mulher que ele realmente amou. Mas ela não quis largar tudo para viver com ele”, revela o ator. Luigi não sabe se isso, em algum momento, vai ficar claro na trama de Walcyr Carrasco. E, seja como for, ele prefere não saber para manter o tal clima de surpresa. “Me encanta esta possibilidade de fazer uma história diariamente. Espontaneidade é tudo”, filosofa.

Talvez pelo toque de humor irônico que empresta a Raul, Luigi não sente animosidade nas ruas. Pelo contrário. Há quem ainda o chame de Fred, o bom moço de “Laços de Família”, reprisada até poucas semanas no “Vale a Pena Ver de Novo”. Mesmo assim, o ator acha que as mulheres não são tão atraídas assim por homens bonzinhos. “Elas gostam do Tony Ramos, mas querem mesmo o José Mayer”, brinca ele.

Luigi reconhece que está mais para Fred – ou, no caso da analogia, do Tony Ramos. O dia perfeito na opinião desse moço é ficar cercado dos filhos, Rúbia, Vittório e Vincenzo, e da mulher, Andréa, com quem já está casado há quase dez anos. Com eles, vê filmes, ajuda na lição de casa e toca piano. “Gosto de usurfruir das coisas que posso ter. Jamais compraria um piano só para ficar de enfeite”, afirma ele, que muitas vezes reúne os amigos para saraus de música clássica.

Como pai, tem preocupações inerentes a um chefe de família que vive numa cidade grande. Tem pavor da violência e se assustou dia desses quando um dos filhos pediu que blindasse o carro. “Estamos vivendo sob o medo. Sinceramente, acho que não vai melhorar. A cada notícia no jornal tenho mais certeza disso“, lamenta o ator de 34 anos. Para aliviar o estresse que tal tipo de pensamento produz, há dois anos o ator se dedica ao tênis. E não é um jogador qualquer. Luigi é tão fissurado pelo esporte que trabalhou arduamente durante uma semana só para ter folga e ver Gustavo Küerten jogar em Montevidéu, no Uruguai. “Mas acabou não dando, pois tive vários compromissos profissionais”, reclama. Os planos de Luigi no tênis são ambiciosos. Já no ano que vem, ele quer disputar campeonatos. “Se tivesse conhecido o tênis antes, talvez nem fosse ator”, imagina.

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