Não votarei em mau caráter

(*) Humberto Gouvêa Figueiredo

No próximo dia 1º de outubro voltaremos às urnas. Os eleitos estarão recebendo uma “carta branca” para legislar e administrar o nosso País e o nosso Estado.

É notória e justificada a descrença dos cidadãos de uma forma geral na classe política e isso se compreende pelo que apresentaram os nossos representantes, especialmente os do Congresso Nacional (Deputados Federais e Senadores) nos últimos anos.

Entre mensaleiros, sanguessugas, demagogos, mentirosos e sem escrúpulos salvaram-se poucos: não estou generalizando até porque seria injusto com alguns que honraram os seus mandatos. Mas que fique claro: existem os bons! Infelizmente poucos…

O voto é a arma de que dispomos para passar o Brasil a limpo, para escolhermos pessoas que sejam honestas e tenham bons propósitos para nos guiar por um caminho tranqüilo, para um porto seguro.

Abdicar do voto, anulando-o ou votando em branco, é um ato de omissão, de covardia, e que, na prática, beneficiará os desqualificados e até alguns candidatos com passado não muito recomendável, que podem ter “guetos” eleitorais fixos.

Não é verdadeira a informação de que, caso haja mais de 50% de votos nulos ou brancos a eleição é cancelada e os atuais concorrentes não podem mais se candidatar no novo pleito. A eleição valerá sim e serão eleitos os candidatos conforme prevê a lei eleitoral, aproveitando-se somente os votos válidos.

Temos que dar uma resposta positiva, ativa, ou seja, temos que exercer a cidadania no seu sentido mais pleno, escolhendo bons candidatos, que sejam limpos, honestos, de conduta ilibada e que não se vendam por “percentual” na inclusão de emendas para compra de ambulâncias, ônibus ou o que quer que seja. Nem são dignos de receber votos aqueles que se venderam para votar matérias legislativas atendendo a interesse escusos.

Eu não votarei em mau caráter!

Tenho comigo o nome e a fisionomia de todos os envolvidos nos escândalos do Congresso e, como cidadão, cumprirei o dever cívico de divulgar o nome destes “pilantras” ao maior número de pessoas possível para impedir que recebam votos. Sei que isso é fazer política às avessas, pois na regra, se pede votos e não o contrário. Mas, esse é o caminho que escolhi para tentar aumentar a possibilidade de eleição dos bons.

Peço licença para dirigir-me de forma particular aos meus pares, aos meus amigos policiais militares: meus irmãos de farda, sofredores do dia a dia, injustiçados e desvalorizados apesar da nobre e relevante função que desempenham na defesa da sociedade. Conclamo a todos que avaliem com especial atenção os candidatos que se apresentam e que neste momento se dizem “apaixonados” pela nossa Instituição e defensores dos nossos interesses: tem muita gente, inclusive já eleitos no passado, que não fez absolutamente nada por nós, que votou contra matérias de nosso interesse e que hoje estão nos procurando para implorar o nosso voto.

Procure conhecer o candidato, saber qual o nível de relacionamento dele com a Polícia Militar. Precisamos eleger legítimos representantes de nossa classe, pessoas que saibam o que significa 12 ou 24 horas de serviço ininterrupto portando um colete pesado e com a tensão da possibilidade de risco de morte a cada segundo; pessoas que consigam entender o que é sair para trabalhar, deixar em casa filhos e esposa ou marido e não ter nenhuma certeza do retorno.

Meus Irmãos, têm gente aí pedindo votos, e que no passado já apresentou projeto para extinguir a nossa Corporação, para nos transferir para uma carreira em extinção ou fazer com que nos submetêssemos a exame de idoneidade moral para, se aprovado, servir em outra Instituição.

Conclamo a todos que identifiquem quem está do nosso lado e quem está do lado oposto!

Somos formadores de opinião e a nossa opinião pode valer muito para quem ainda não se decidiu em quem votar. Dirijamos nossas forças para quem é do bem e quer o nosso bem! Esse é o meu alerta a todos os meus queridos companheiros!

(*) É Capitão da Polícia Militar (hgfigueiredo@vivax.com.br)

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