Não se tem a menor dúvida que o então vereador Edinho Silva foi competente no sentido de formatar a sua imagem de líder que tinha outras metas, na política representativa. Em algumas vezes, foi radical no contexto de sua maneira de agir para alcançar notoriedade e prestígio junto às suas bases.
Edinho não dava trégua ao prefeito de plantão. Sabia como pressionar e, por longos anos, foi o canal para muitas denúncias. Sempre com o respaldo da imprensa, fundamental para construir a imagem de bom político, defensor dos mais fracos, corajoso, destemido…
Edinho ganhou, é o prefeito. E como tal endurece as negociações com os companheiros que fazem greve porque querem mais. Aliás, Edinho dá o que pode. De nada adiantaria ser bonzinho tendo atrás de sí a Lei de Responsabilidade Fiscal e um ciclo recessivo da economia, uma escassez dolorosa que exige cuidado hoje para não faltar amanhã.
O prefeito Edinho está certo. De nada adianta cobrar-lhe coerência, em nome da metodologia adotada no passado enquanto vereador e companheiro-líder. Existe uma verdade, clara como o sol do meio dia: a saída nunca pode ser maior que a entrada. É só pensar numa caixa d’água…
Isso posto, o fato político-administrativo (a greve), por pertinente, deve merecer reflexão desses servidores municipais. Não existe milagre e a matemática é uma ciência exata.
É salutar lembrar o presidente Lula que se referiu à situação semelhante: “a oposição pode fazer bravata porque não tem que realizar nada”.
Isso é uma lição, mas, não adianta sacrificar o Edinho cobrando-lhe procedimento igual ao do passado. Ele teve uma fase opositora e soube como usá-la com inteligência. Agora, a situação é outra.
Uma oportunidade, no entanto, para o crescimento dos grevistas que sacrificam outros trabalhadores para tentar algo mais. Só não ignorem que o mar não está pra peixe.