Nhô Pedro

Depois de uma longa temporada de hospital – uma parte em Ribeirão e outra em Araraquara – passei por maus bocados sem sequer saber a razão verdadeira. Segundo uma cardiologista eu havia tido um enfarte já fazia tempo e aquilo era reflexo da tal ocorrência quem vem de repente, sem aviso e sem dor. Pelo diabete, a gente sente que está mal e muito mal e se não há o socorro médico a gente vai sem saber porque morreu. Mas, eu continuei vivo sem dores e sem sofrimentos. Só assustado pelo que tinha passado. A família e os amigos estavam desesperados pelo meu estado e alguns nem acreditavam que eu iria me salvar. Foi um desespero total dos meus filhos, principalmente os dois médicos que ficaram comigo o tempo todo e pelo jeito sofriam mais. Eu estava anestesiado e muitas vezes inconsciente e eles não. Tinham toda razão de desespero pois, além de médicos, o doente era o pai. Passei por uma série de coisas que eu nem bem me lembro, estava muito mal. Pouca gente sabe o que é ficar numa organização hospitalar que se chama de UTI. Se a pessoa está mal ela piora porque lá vão os doentes em pior estado e é muita gente junto. Alguns saem dela mortos e você está vendo tudo e pensando que poderá ser o próximo. Em questão de cuidados não há outro lugar onde você seja tão cuidado: os enfermeiros, enfermeiras, auxiliares médicos, até o pessoal da limpeza é carinhoso com você. A turma da UTI é fenomenal e tem que tratar de cada doente a seu modo. Alguns precisam ser amarrados outros com boa conversa se comportam muito bem e toleram aquele inferno esperando uma melhora que, por vezes, dura muito tempo pra chegar e tem que esperar. Eles põem tantos fios em você que nem virar se pode, mas tudo para realizar exames com aparelhos modernos e esquisitos; remédio e injeções você toma de montão, já deixam a sua veia pega e além de soro é remédio que não acaba mais: dão injeção na barriga, picam seus dedos a toda hora para medir o açúcar, tiram sua temperatura constantemente e enchem você de diurético. Tanto diurético que você urina nas calças, no chão, no cobertor, nos lençóis… e tiram Raios X, Eletrocardiogramas e uma infinidade de procedimentos pra te recuperar e de repente você se sente gente outra vez. Vai firmando, mudando de cor, acabam com a água no pulmão, dão banho e lhe mandam para o quarto onde vem a alta.

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