Nhô Pedro

Tobi era o nome dum menino, de uma grande família italiana. Tinha três irmãs e sete irmãos, atrás dele só o Pemba que chorava por nada. Fazia as farras que o irmão queria, mais chorava do que falava e o irmão o entendida muito bem. Tudo o que era feito na época, lá estavam os dois inseparáveis: um segurava a cabra e o outro mamava como se fora um cabritinho. Eles faziam isso com éguas, com vacas, com porcas qualquer animal que tinha cria e dava leite lá estavam os dois se deliciando com o leite como se nunca tivessem mamado na vida. Os irmãos eram o símbolo do trabalho, de madrugada à noite. Tinham lá sua fundição de ferro e nunca paravam. Mas, os dois nem passavam perto do trabalho. A vida dos dois era fazer artes, o dia inteiro. Montavam em qualquer animal, pegavam rabeira de ônibus e caminhões. Andavam pendurados em tratores, carroças e carroções. Trepavam em qualquer árvore, principalmente se fossem frutíferas. Na época havia mangueiras gigantes e lá estavam os dois, nos galhos de ponta, apanhando seus frutos. Havia um fazendeiro chamado Falcão que mantinha uma arena para que a molecada de então montasse nos seus garrotes e o Tobi era o rei: briguento, chefe da turma e mandão, toda a molecada o respeitava. O Tobi tinha muitos defeitos, mas, com era dos últimos, tinha a proteção da mãe e do pai. Até aos 15 anos ainda usava chupeta que mantinha em baixo do seu boné, a marca daquela turma. Na casa do meu avô, que era irmão do pai dele, tinha lá uma porca de brinco que se chamava Marieta. Era de cria e estimação…o Tobi foi mexer com ela, tirou o boné e a sua chupeta caiu no chiqueiro. A porca a comeu, num segundo. Foi aquela choradeira e ele andou, bem que um mês, com uma faca de cozinha querendo matar a tal porca para retirar a sua famosa chupeta. Ai eu contei a história pra minha vó e ela comprou uma nova. Brincadeira maldosa era com ele mesmo, foi péssimo aluno na escola e depois de 10 anos deram-lhe o diploma primário para que ele sumisse da escola. Foi fazer o Exército na cavalaria e durante mais de dois anos os pais nunca puderam visitá-lo pois estava sempre preso por alguma arte. Quando voltou do Exército foi trabalhar na Estrada de Ferro Araraquara (EFA) como acontecia com os araraquarenses ao longo dos anos, dos bons tempos em que a ferrovia era respeitada pelos políticos.

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