O cenário, a 800 quilômetros de Araraquara: árvores, pássaros e bichos, tudo igual a nossa terra. Aqui, quando se vai ao banco ou outro lugar que apresente uma fila, achamos falta de consideração. Ainda mais se ficamos debaixo do sol ou chuva. Eu e o Divino chegamos à beira do Rio Piracanjuva, às 4 horas da tarde, com toda a traia. Tudo pronto à espera dos peixes. O lugar parece um paraíso, com árvores enormes, tocadas somente pelo vento. A passarinhada pousa em seus ramos e enfeita a natureza. Nem dá bola para nós que estamos esperando os peixes, com um monte de ceva. Ontem, ouvi um pássaro que miava como gato. O sabiá-laranjeira dá uma esnobada e canta para nós, por muitas horas. A variedade é enorme e dá ao lugar um tom celestial.
E continuamos esperando os peixes, ninguém reclama da demora. Parece um mundo encantado, tudo lindo e perfeito. Não há barco e nem gente andando perto da gente. Quilômetros de rio calmo, sereno e transparente cortando a mata-virgem.
Quando a noite chega, acendemos o lampião à gás que vai iluminar o pesqueiro. O rio é maior que o nosso Jacaré, cheio de pedras grandes. Na outra margem, algumas capivaras e, de repente, um barulho descomunal: certamente um bicho maior foi buscar o seu alimento. Talvez, uma onça…
Num dia da semana esperamos até às 11 horas, quando os peixes começaram a chegar. Morderam a nossa isca e pegamos muitos lambaris, piaus, bagres e mandis…ninguém reclamou do tempo de espera. Tudo muito bom, sem problema e nenhuma reclamação.