Agência Estado
A polícia nepalesa deteve nesta quarta-feira 53 jornalistas durante um protesto realizado em Katmandu contra as restrições à liberdade de imprensa impostas nos últimos meses, depois de o rei Gyanendra ter aplicado um autogolpe e assumido o poder executivo.
Os jornalistas entoavam palavras de ordem e carregavam faixas exigindo o fim da repressão à liberdade de imprensa. Eles foram detidos quando tentaram seguir em passeata até ruas próximas do palácio real. Os manifestantes entraram em choque com a polícia no momento em que tentaram romper um cordão de isolamento policial que os impediria de deixar um centro de exposições onde era realizado o protesto.
Grande parte das ruas nos arredores do palácio real e dos principais órgãos do governo foi transformada em área de acesso restrito desde 1º de fevereiro, quando o rei Gyanendra aplicou o autogolpe que resultou na imposição de um estado de emergência e na supressão das liberdades civis dos nepaleses. Não são permitidas manifestações nas área consideradas restritas.
Organizações de defesa da liberdade de imprensa exigiram a libertação imediata de todos os jornalistas detidos hoje. O protesto de desta quarta-feira foi a maior manifestação de jornalistas desde 1º de fevereiro.
A Federação Nepalesa de Jornalistas já vinha exigindo a restauração da liberdade de imprensa e o fim do assédio aos profissionais da área, mas ainda não tinha se envolvido em choques com as forças de segurança. Em outra manifestação pacífica ocorrida nesta quarta-feira, cerca de mil estudantes protestaram em Katmandu para exigir a restauração da democracia e o fim do regime absolutista instalado pelo rei Gyanendra. Não há relatos de incidentes violentos nesse protesto.
