Dentro de poucas semanas, o Ministério da Saúde deve aprovar um medicamento desenvolvido por dois pesquisadores de Araraquara, os oftalmologistas Dr. José Augusto Cardillo e Dr. Rogério Alves Costa, juntamente com Michel Farah, da Escola Paulista de Medicina. O medicamento é destinado ao tratamento de pessoas afetadas pela Doença Macular Relacionada à Idade, um processo degenerativo da retina devido ao envelhecimento – 3ª principal causa de cegueira irreversível nos Estados Unidos.
No último dia 26, o medicamento foi apresentado a retinólogos em um simpósio realizado em duas partes, uma teórica em São Carlos e uma prática em Araraquara, no Hospital de Olhos. Especialistas de todo o Brasil estiveram presentes.
No encontro, foi demonstrado aos médicos brasileiros como é feito o tratamento, qual a concentração da droga utilizada e a dose do laser.
De acordo com Cardillo, a grande repercussão do medicamento se deve ao fato de ter eficácia superior, ser mais barato do que o já existente no mercado e utilizar um laser nacional, desenvolvido pela USP de São Carlos.
“Quando o primeiro tratamento foi aprovado e lançado no mercado nacional, houve um garnde marketing, pois a doença realmente leva à cegueira. O problema é que se trata de um tratamento caro. Só a droga chega a custar US$ 1,5 mil”, destaca.
Para Cardillo, uma das grandes dificuldade vivenciada pelos pacientes era saber que já existia tratamento, mas não ter acesso a ele, em decorrência do alto custo. “O tratamento que desenvolvemos, a partir de uma tese de doutorado, utiliza uma droga já existe no mercado, usada para outra finalidade. Uma de nossas conclusões é que será possível tratar formas da doença que não eram tratadas pela outra droga.
Outras vantagens é que o tratamento demanda um número menor de aplicações para estabilização do quadro do paciente e chega a ser 10 vezes mais barato.
Tratamento
Cardillo afirma que em 60% dos casos consegue-se uma estabilização e em 10% há uma melhora do quadro.
O tratamento consiste em duas aplicações em intervalos de três meses.
O remédio é aplicado na veia, vai para o olho, sendo ativado pela luz do laser apenas onde a droga deve agir.
Os resultados são alcançados em até seis meses.
O medicamento começará a ser produzido nos Estados Unidos após um estudo, cinco centros serão responsáveis pelo desenvolvimento do estudo da droga nos Estados Unidos.
Doações
Como o governo americano está “comprando” o desenvolvimento intelectual fará doação de vários equipamentos para o Hospital de Olhos, que caminha em rumo de ser tornar uma referência no Brasil.