Metaverso: você sabe o que é?

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Professores da Uniara falam sobre essa nova tecnologia ganhou destaque recentemente

O metaverso é uma tecnologia que tem sido bastante comentada nos últimos meses. Mas o que é? O professor dos cursos de Engenharia de Computação e Sistema de Informação da Universidade de Araraquara – Uniara, João Henrique Gião Borges, e o gestor de Mídias Sociais e docente da graduação de Publicidade e Propaganda da instituição, Samuel Gatti Robles, falam sobre esse o tema, que ganhou destaque recentemente.

“O metaverso é basicamente uma experiência de imersão em torno de uma realidade virtual que, por sua vez, é algo que você trabalha em uma simulação computacional, e a imersão fica por conta, por exemplo, daqueles óculos de realidade virtual – RV que você coloca no rosto, que ‘tampam’ as imagens do mundo real, e você fica olhando apenas a imagem virtual. Ele é desenhado de uma forma que existe uma abertura de angular, como se fosse uma grande câmera, e você tem muita coisa ao seu redor. É possível interagir com isso, usando alguns elementos que são conectados ao seu corpo para que você, ao movimentar braços, mãos e pernas, por exemplo, consiga interagir com o que está ali”, resume Borges.

Robles acrescenta que o metaverso ganhou visibilidade devido ao Facebook, “que na verdade não é mais Facebook, mas sim, Meta”. “A empresa começou a entender que existiriam outras possibilidades além das redes sociais ou além da forma como nos relacionamos. Atualmente, temos um computador, um celular, e é por meio deles que interagimos. A proposta de Mark Zuckerberg é dar uma imersão maior aos usuários. Assim, o que ele pretende é fazer com que não estejamos apenas em contato com as redes sociais, mas que estejamos imersos nelas com os óculos de RV. Usando-os, vou poder viver, por exemplo, em um ambiente virtual no qual vou me sentir como se estivesse, de fato, nele”, esclarece.

O gestor menciona que “já trabalhamos há bastante tempo com realidade virtual e realidade aumentada, e o metaverso é mais ou menos uma fusão dessas duas tecnologias”. “Já existem vários aplicativos de realidade aumentada: eu aponto a câmera para a embalagem de um produto específico, e ele acaba criando um joguinho, por exemplo, que é uma forma de eu interagir com informações a respeito desse produto. Existem algumas marcas que já fazem isso, então vejo, a partir de um celular, os produtos ‘ganhando’ um volume, uma presença virtual na minha frente. Essa é a realidade aumentada. Em relação à realidade virtual, eu estou inserido nela, então, são coisas diferentes, e o que a Meta propõe é que estejam unificadas e tenhamos as duas experiências ao mesmo tempo”, detalha Robles.

O metaverso existe como uma solução tecnológica ou prova de conceito, de acordo com Borges, “mas não está totalmente disseminado como vemos, por exemplo, com algumas coisas de realidade virtual”. “Quando você ‘brinca’ com ela, interage com simulações, mas isso não está tão difundido quanto você espera em relação ao metaverso, que seria você realmente ter uma sensação de que vive um pouco nesse sentido”, observa o professor.

Robles, por sua vez, aponta que “não sabemos ainda o que o metaverso abrange, mas a proposta da empresa Meta é abranger tudo porque, dessa forma, conquista seu espaço”. “O céu é o limite”, diz o gestor.

Por ser uma tecnologia muito recente, ele comenta que uma das grandes dificuldades que existem é a não existência de soluções criadas pelo metaverso. “Por isso, a Meta disponibilizou um pacote de soluções que auxiliam os desenvolvedores a trabalharem em soluções para ele. Então, a empresa conta demais com a ajuda da comunidade de desenvolvedores, que começarão a propor soluções para que a Meta analise e disponibilize isso aos usuários”, explica Robles.

Tudo parece ser ainda uma grande incógnita, em sua avaliação. “Ainda não sabemos como isso vai impactar o mundo, mesmo porque estamos falando de Mark Zuckerberg, uma pessoa que mora em um país desenvolvido, tem muito dinheiro e está pensando em uma tecnologia que será limitada a pessoas que utilizam os óculos de RV. Será que todos poderão ter esses dispositivos? Essa dificuldade não está apenas na aquisição desse equipamento, mas também na tecnologia que vai fazer essa plataforma rodar. Se falamos sobre uma realidade virtual na qual estamos inseridos, precisamos simular a mesma experiência que nossos olhos têm neste mundo”, salienta o docente, observando que “precisaríamos ter uma capacidade de processamento de vídeo muito alta”. “E ainda há limitações tecnológicas em relação a isso: não temos, ainda, uma tecnologia que entregue uma solução de experiência de realidade virtual como os nossos olhos têm. Esse é um outro desafio”, completa.

A princípio, o metaverso é um ambiente virtual, segundo Robles, “mas se eu pego, no ambiente físico, um copo durante uma reunião, ele vai simular”. “Então estarei em uma reunião em casa, com os óculos de RV, vou levar esse copo até a boca para tomar água, e ele vai entender isso no metaverso e reproduzir aquele meu gesto. É uma interação entre os mundos real e virtual”, diz.

Já para Borges, “existem cenários onde você tem apenas uma simulação computacional, totalmente virtual, e tem aqueles nos quais podem estar acoplados, por exemplo, com um robô que faz uma cirurgia dentro de um centro cirúrgico”. “Então é possível ter as duas coisas”, afirma.

Tecnologias como o metaverso podem apresentar efeitos colaterais, nas visões de Borges e Robles. “Como podemos pensar nisso? A questão da privacidade simplesmente não existe. Você só tem privacidade se estiver desconectado. Tudo é rastreável, então, mesmo com o advento da Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD, a privacidade é algo bem delicado. Então ‘brincar’ com o metaverso é uma coisa que vamos começar a ver aparecer daqui uns dois ou três anos, sendo que os equipamentos precisam ser melhorados – melhora de hardware para acompanhar todo o avanço do software”, coloca Borges.

Robles concorda com ele e retoma que outro problema é a capacidade financeira das pessoas. “Vemos anúncios de tecnologias que estarão disponíveis no futuro, mas hoje, esses óculos são caros, não é qualquer um que os tem. Imagino que, no futuro, tenhamos soluções para vida que sejam oferecidas exclusivamente no metaverso, e aí, acabamos excluindo muita gente em função de não ter dinheiro para comprar os equipamentos – não só os óculos, mas computadores com um poder legal para processamento de vídeo”, alerta o gestor.

O metaverso ainda deve ganhar muito espaço futuramente, segundo ele. “Eles estão apontando lá na frente para algo que, em princípio, parece irreal, e que não vamos enxergar isso sendo efetivado a curto e médio prazos, mas são tendências, apontam caminhos, e aí, toda comunidade que atua em desenvolvimento vai trabalhar no sentido de tentar seguir essa tendência. Aonde vão chegar e o que eles entregarão, ainda não sabemos”, finaliza Robles.

Informações sobre os cursos de Engenharia de Computação, Sistemas de Informação e Publicidade e Propaganda da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88. (Assessoria de Imprensa – [email protected])

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