Padre Fernando Fraga
A águia empurrou gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho. Seu coração se acelerou com emoções conflitantes, ao mesmo tempo em que sentiu a resistência dos filhotes a seus insistentes cutucões. Por que a emoção de voar tem que começar com o medo de cair? Pensou ela. O ninho estava colocado bem no alto de um pico rochoso. Abaixo, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos filhotes. E se justamente agora isto não funcionar? Ela pensou. Apesar do medo, a águia sabia que aquele era o momento. Sua missão estava prestes a se completar, restava ainda uma tarefa final: o empurrão. A águia encheu-se de coragem. Enquanto os filhotes não descobrirem suas asas não haverá propósito para a sua vida. Enquanto eles não aprenderem a voar não compreenderão o privilégio que é nascer águia. O empurrão era o menor presente que ela podia oferecer-lhes. Era seu supremo ato de amor. Então, um a um, ela os precipitou para o abismo. E eles voaram!
Às vezes, na nossa vida, as circunstâncias fazem o papel da águia. São elas que nos empurram para o abismo. E quem sabe não são elas, as próprias circunstâncias, que nos fazem descobrir que temos asas para voar.
Uma ostra que não foi ferida não produz pérola
As pérolas são uma ferida curada. Pérolas são produto da dor, resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra é uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola é formada. Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada: Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém querido? Já foi acusado de ter dito coisas que não disse? Suas idéias já foram rejeitadas? Então produza uma pérola. Cubra suas mágoas e as rejeições sofridas com camadas e camadas de amor. Lembre-se apenas de que uma ostra que não foi ferida, não produz pérolas, pois uma pérola é uma ferida cicatrizada.
Boa semana a todos. + Fernando Fraga.
Reflexão da semana
Não seja como a árvore que não se curva diante da tempestade e, por isso, é violentamente arrancada com a raiz e tudo. Seja humilde como a tosseira de capim que se curva e, por isso, supera todos os temporais! (A.D.)