Estou escrevendo esta no dia 28 de agosto, tendo acabado de chegar de uma rodada de pizza com um grupo de amigos que se empenharam em curtir a data comigo.
Recebi muitos presentes e um porre de telefonemas, incluindo aqueles de trocas de parabéns com pessoas queridas que aniversariam comigo: minha filha Estela, o Ex-Prefeito Roberto Massafera e as colegas Advogadas Dra. Haydée e Dra. Ruth.
Entre os presentes que ganhei, três deles preciso comentar porque mexeram muito comigo. O primeiro foi um belo poema que minha esposa Cilene escreveu prá mim, que me fez chorar de alegria e já o coloquei num quadro em meu escritório, entre minhas preciosas fotos, recortes e mensagens.
O segundo presente, vejam só, um roupão xadrez coisa fina, com meu nome gravado em letras manuscritas douradas, fazendo jogo com um par de chinelos igualmente gravados nos dois pés com o mesmo tipo de letras. Meus amigos se cotizaram para me dar tal presente e quem se incumbiu da entrega foi o popular e querido Mirandinha. Ele colocou energia no presente de dois jeitos: primeiro porque juntou a ele uma poesia e um acróstico a mim dedicados; segundo ao dizer que com aquela roupa, aí sim, eu iria ficar igualzinho ao meu Avô Manéco. O resultado foi que vesti o roupão na mesma hora, lá na pizzaria, desfilei e fui clareado pelos fotógrafos presentes.
O outro presente foi essa medalha que mandei fotografar correndo para mostrá-la neste domingo a todos os queridos leitores. Bem, mas preciso explicar essa medalha direitinho para que os leitores não pensem que forcei alguma situação, o que seria muito chato…
Inicialmente, devo esclarecer que, na realidade, ganhei duas medalhas da mesma pessoa, uma de cor prateada e essa da foto, que tem cor dourada.
Vejam como a coisa rolou:
Tenho um jovem e gentil amigo chamado David, que é um mestre nas entranhas e nos segredos técnicos dos computadores. Ele é meu assíduo leitor. Quando escrevi, no Dia dos Pais, sobre minha mania de consertar coisas, ele me fez bastante perguntas sobre isto e me pediu para confirmar se é verdade que fico procurando defeitos para reparar ou pelo menos tentar consertar. Citei prá ele vários exemplos de reparos que fiz por aí e comentei das ferramentas e apetrechos que tenho em casa.
Só que eu me esqueci que a propaganda costuma ser a alma do negócio. Pelo fato de ter escrito no Jota-A sobre essa mania, já tiraram proveito disto. Fui intimado, há poucos dias, a fazer dois trabalhos, recorrendo às minhas famosas ferramentas. O primeiro veio sob a forma de um pedido e o outro, vejam só, veio sob a forma de trote.
A Cilene, como é costume dela, me fotografou nos dois trabalhos. O primeiro foi para fazer 4 furos na medida exata numa parede, afim de fixar uma placa comemorativa. Levei minha escadinha, minha furadeira elétrica e desempenhei a incumbência.
A outra foi o seguinte: recebi um telefonema que não sei quem foi, dizendo se eu podia ir imediatamente no Hospital São Paulo, da Unimed, passando antes pela portaria. Imaginei que pudesse ser algum amigo que havia sido internado e corri lá.
Na portaria, a atendente me disse: "Doutor, deixaram esse bilhete pro senhor." No bilhete estava escrito: "Ao Cirurgião Reparador: passe a mão na ponta do metal do corrimão da escada que vai pro segundo andar…"
Deduzi na hora o que poderia ser e já fui até ao carro, onde pedi à Cilene que pegasse minha lima e a máquina fotográfica e que entrasse comigo.
Dedução correta: na extremidade do corrimão, o metal havia soltado uma farpa que mais parecia uma agulha. No exato momento em que me posicionei com a lima, foi subindo uma funcionária que quis saber o que estava acontecendo. Mandei que ela passasse a mão de leve na farpa e ela ficou esperando o resultado do meu trabalho, sendo fotografada comigo em seu curioso gesto.
Pois bem, aproximando-se o dia de meu aniversário, o amigo David pensou em dar-me uma medalha por causa dos reparos e consertos que faço.
Ele me contou que escolheu uma medalha prateada e mandou gravar: "Doutor Guaracy, o melhor reparador do ano".
Acontece que dono da loja que fez a gravação é meu assíduo leitor, a quem o David explicou que era meu aniversário. Na hora em que o David foi pegar meu presente, o dono da loja falou prá ele:
"Aqui dentro do pacote está a medalha prateada que você vai dar pro Doutor Guaracy. Junto, tem outra medalha, de cor dourada, que é presente meu, porque gosto de ler as coisas que ele escreve."
O mínimo que eu tinha que fazer era colocar aqui, hoje, a foto da medalha dourada, que encantou meu dia. Não posso esconder que gostei mais dela do que da prateada. Mas qualquer dia destes, vou vestir o roupão xadrez que ganhei, imitar os gestos do Meu Avô Manéco, pôr as duas medalhas penduradas no pescoço e tirar uma foto fazendo a pose mais exibida que puder!
Aos queridos amigos que festejaram comigo, parabéns, muito obrigado e até à próxima.