Líquen Plano merece ser explicado

Sarah Coelho

Todos nós quando temos um problema de saúde, devemos procurar um tratamento eficaz através de profissionais especializados. A informação é fundamental, visando a escolha. A Dra. Rose Mara Ortega esclarece sobre os sintomas do Líquen, um problema comum na cavidade bucal que pode piorar por falta de orientação. Em nome do J.A. agradeço à Dra. Rose pelos esclarecimentos.

“Líquen plano é uma doença muco-cutânea, comum na cavidade oral, onde se apresenta como lesões tipo placa, reticulares, brancas, ou como lesões erosivas com destacada e imediata resposta de linfócitos T no tecido conectivo subjacente”. (SAPP, 1997)

Segundo WILSON e LAMEIRA (1999), o nome líquen plano deriva das plantas primitivas que crescem em rochas. Eles achavam que as lesões que ocorriam na pele eram similares aos liquens.

PRADO (1999), afirma que das doenças mucocutâneas o líquen plano é o mais comum na cavidade bucal.

Características clínicas

A doença afeta adultos de média idade, especialmente do sexo feminino. (NEVILLE, 1998).

SHAFER (1985) e LAMEIRA (1999) explicam que existe uma associação da doença com estresse, má nutrição e infecção e que o estado emocional, a tensão nervosa, diabetes e iatrogenia medicamentosa podem contribuir para o desenvolvimento da doença.

Existem muitos estudos que relatam que o líquen plano é, algumas vezes, responsável pelo desenvolvimento de carcinoma escamoso. Para muitos, o líquen plano é considerado uma lesão pré-maligna. No entanto, este termo vem sendo desencorajado já que insinua que todas as lesões de LP tornam-se malignas.

FORMAS DE LP

SAPP (1997) admite que o LP se apresenta de diversas formas, mas, as características são: forma reticular, erosiva e em placa.

Forma reticular

Normalmente é assintomática e pode estar presente na língua, gengiva e palato. Apresenta-se como linhas esbranquiçadas, finas, chamadas de estrias de Wickham. Produzem um aspecto de rede em fundo avermelhado. (SAPP, 1997; ALTMAN & PENY, 1961; PRADO, 1999)

Forma erosiva

Normalmente sintomática. Pode haver sangramento ao ser tocada e o paciente também queixa-se de ardência. Quando o componente erosivo é muito grave, pode resultar no aparecimento de bolhas.

O líquen plano bolhoso tem íntima relação com o erosivo. As bolhas têm duração breve e se rompem rapidamente. Quando há esse rompimento, o tecido subjacente se expõe e o LP torna-se erosivo. (NEVILLE, 1998; SAPP, 1997).

Forma em placa

REGEZI & SCIUBBA (1991) afirmam que o LP em placa apresenta-se na forma de placas levemente elevadas, lisas e irregulares; localizando-se mais comumente no dorso da língua e bochecha.

Existe também forma atrófica, inserida na gengiva, sendo chamado de gengivite descamativa e apresenta vermelhidão.

DIAGNÓSTICO

O LP reticular pode ser diagnosticado através da observação clínica, já que as estrias de Wickham são bem visíveis. Pode haver dificuldade em casos onde haja candidíase sobreposta.

Os diagnósticos diferenciais do LP são leucoplasia, candidíase, lupus eritematoso crônico, pênfigo vulgar, penfigóide, eritema multiforme, gengivite descamativa e queratoacantoma.

TRATAMENTO

A grande maioria dos pacientes não apresenta sintomas, devendo haver acompanhamento clínico para controlar alterações. Nos pacientes sintomáticos, o tratamento mais usado é o uso de corticosteróide. Também podem ser usados a ciclosporina e retinóides. (PRADO, 1999). Quando há candidíase sobreposta, faz-se o uso uma terapia antifúngica.

TOMMASI (1989) admite também que é importante que o paciente se mantenha equilibrado emocionalmente. (Dra. Rose Mara Ortega é cirugiã-dentista e aprimoranda da Fundap).

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