Aterro sanitário de Araraquara não existe. Por isso mensalmente mais de R$ 500 mil deixam os cofres da cidade para pagar empresa de Guatapará.
O tema, sempre adiado, é ignorado pelo prefeito e vereadores: o lixão de Araraquara foi trancado e lixo diário é encaminhado para Guatapará. Erradicar lixões parece tarefa impossível, aparece pouco no cartão de apresentação dos políticos. É como rede de água e esgoto. Os administradores, quando politiqueiros, dão preferência às obras que aparecem todo santo dia. Na próxima semana, o legislativo volta aos trabalhos e vai analisar proposta do Senado que altera a Lei de Resíduos Sólidos, tudo indica: para prorrogar o prazo.
Caminho
Em agosto de 2010, foi sancionada a Política Nacional de Resíduos Sólidos e regulamentada em dezembro do mesmo ano. Ela estipulava um prazo de quatro anos para que as cidades extinguissem os lixões por meio de aterros sanitários e elaborassem Planos de Gestão de Resíduos Sólidos Estaduais e Municipais Integrados. Em agosto de 2014, fim do prazo, cerca 40% dos municípios do país não atingiram a meta.
A medida de prorrogação veio para dar maior fôlego aos municípios para que possam encerrar adequadamente seus lixões e implantar soluções para a disposição final do lixo. Porém, a prorrogação não será de grande valia se junto com ela não vierem outras medidas relevantes de apoio aos municípios, conforme diz Francisco Oliveira, engenheiro civil e mestre em mecânica dos solos, fundações e geotecnia.