Mesmo com a garantia de isenção de impostos estaduais e municipais até 2015 às empresas que se instalassem no Pólo Aeroespacial, até agora apenas a multinacional japonesa Kawasaki anunciou sua instalação em Gavião Peixoto.
Matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo no último dia 24, trouxe um raio-x da atual situação da Embraer em Gavião Peixoto e o que foi anunciado em junho de 2000.
O governo continua fazendo obras internas no pólo, aprovou investimentos em rodovias de acesso ao local e a Fapesp começou a investir recursos em pesquisas na área de tecnologia aeronáutica em várias instituições do Estado.
Ainda assim, a indagação maior envolve a “perda” de R$ 100 milhões em investimentos e R$ 2 milhões por mês em salários com uma “mudança de planos” da Embraer.
A Folha de S. Paulo sustenta o anúncio de que o local iria abrigar 14 empresas parceiras na produção de aviões das linhas militar e corporativa. e que o projeto desencadearia a geração de 4.500 empregos.
A “surpresa” maior teria sido a recente declaração de um dos vice-presidentes de que “o que foi dito é que 14 empresas faziam parte do projeto. Houve um mal-entendido”.
O assessor da prefeitura de Gavião Peixoto, Narciso Zanin, declarou que não tinha expectativa de que as empresas se instalariam de uma só vez ou em curto prazo. “Tenho certeza que a intenção da Embraer está sendo mantida, até porque o Pólo é uma fato consumado. Muitas pessoas podem ter se iludido, achando que 14 empresas se instalariam em cinco anos. Caso não venham todas, algumas virão e talvez outras que não estavam previstas. O que acredito é que tudo isso deve acontecer em médio elongo prazo”.
Desde o anúncio do empreendimento, seis fornecedoras da Embraer optaram por construir fábricas em outras cidades, como Jacareí, São José dos Campos e Botucatu.
Denúncia
O membros do Partido dos Trabalhadores de Gavião Peixoto entram com uma denúncia no Ministério Público contra o prefeito municipal Gregório Gulla e o ex-prefeito Alexandre Bastos.
O objetivo é que seja aberta uma ação pública de improbidade administrativa por possíveis contratações irregulares.
Conforme a denúncia, Bastos e Gulla contrataram assessores que exercem funções que deveriam estar sendo ocupadas por aprovados em concursos públicos, abertos em 1998 e 2001.
As informações da Administração Geral da Prefeitura de Gavião Peixoto são de que o atual prefeito manteve os cargos comissionados da administração passada e que a maioria teria sido remanejada em decorrência da execução de uma reforma administrativa.
Para completar, teceu críticas ao presidente do PT local, Cláudio Fontana, alegando que ele aplica a mesma prática em Araraquara, uma vez que é assessor de Gabinete de Edinho Silva. Com isso, a Administração Geral demonstra confirmar a irregularidade e ignorar a legislação, que prevê cassação do político condenado por improbidade administrativa.