Folha de S.Paulo, nesta semana, trouxe notícia do jornalista Marcelo Toledo sobre decisão da Justiça concedendo liminar que “congela” a expansão urbana numa área de 65 quilômetros quadrados, local de recarga do Aquífero Guarani. Com a decisão da juíza Lucilene Canella Mello, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, o local fica totalmente protegido e não pode ter intervenções que contribuam para impermeabilizar o solo, como imóveis ou ruas asfaltadas.
“Aquela região tem solo muito poroso que permite facilmente a infiltração da água para recarga do aquífero”, afirmou o promotor Luís Henrique Paccagnella, do Gaema (Grupo de Defesa do Meio Ambiente).
O órgão pediu o “congelamento” de obras para evitar um rebaixamento ainda maior do nível do aqüífero. Em 2012, um estudo apontou que em 80 anos o aquífero havia baixado 70 metros.
“Há estudos variados que apontam rebaixamento menor ou maior, mas, o que importa é que está havendo rebaixamento. Assim ação não visa resolver o problema, mas impedir que a situação se agrave”, afirmou o promotor.
Prognóstico
Paccagnella afirma que situação se agravará em algumas décadas se nada for feito para conter a carência hídrica. Hoje, toda a água consumida em Ribeirão Preto é oriunda do Aquífero Guarani, uma das maiores reservas subterrâneas de água doce do mundo.
A região, agora protegida, abriga só lavouras de cana-de-açúcar, principal atividade agrícola. Era, no entanto, desejada para expansão imobiliária.
Recarga
Na região de Araraquara a recarga deveria motivar estudos técnicos e campanha educativa para que ela seja cuidada com maior responsabilidade. Afinal, o aqüífero não é eterno e já se pensou (quando o prefeito era Rômulo Lupo) buscar água do Rio Jacaré para garantir o precioso líquido. Principalmente pela fragilidade do Ribeirão das Cruzes e Anhumas.
