Luigi Polezze
O comércio de Araraquara enfrenta um desafio neste ano de 2024 com o aumento dos feriados, por exemplo os de 9 e 11 de julho. Nascem novas datas comemorativas que estendem ainda mais o número de dias não úteis. Em entrevista, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Araraquara (ACIA), José Janone Junior, destacou as implicações desses feriados para o comércio local e possíveis estratégias para minimizar os impactos negativos.

Diminuição na circulação de dinheiro
A ACIA estima uma significativa diminuição na circulação de dinheiro em Araraquara devido ao potencial de muitos moradores emendarem os feriados para viajar. “O ano de 2024 é o primeiro que vivenciaremos esses dois feriados juntos, portanto posso estimar e não afirmar, com certeza, que teremos uma significativa diminuição na circulação do dinheiro em Araraquara”, comentou. A combinação dos feriados com o período de férias escolares intensifica essa preocupação, pois muitas famílias optam por viajar e gastar em outros municípios.
Estratégias para comemorar os feriados sem prejudicar o comércio
Janone acredita que a Lei da Liberdade Econômica, promulgada há cinco anos, tem ajudado bastante ao permitir que trabalhadores e empregadores negociem diretamente suas jornadas de trabalho, respeitando as cláusulas da CLT. No comércio de Araraquara, esses acordos são coordenados pelos sindicatos. “A ACIA acredita firmemente que o comércio presta um serviço essencial à população. No caso das empresas do comércio de portas fechadas mesmo devido aos feriados, a população é a maior prejudicada, afinal, diariamente temos necessidades de consumo, além dos imprevistos que nos obrigam a comprar algo prontamente”, afirmou o presidente.
O comércio eletrônico, com suas lojas virtuais abertas 24 horas e sistema de entregas rápidas, representa uma alternativa importante. Contudo, a ACIA enfatiza como é essencial que trabalhadores e empregadores criem revezamentos para que as lojas físicas também possam atender aos sábados, domingos e feriados. “Se trabalhadores e empregadores não chegarem a um ponto de equilíbrio e criarem revezamentos, veremos ainda mais o aumento do comércio eletrônico, das lojas autônomas e de conveniências e, consequentemente, desemprego e fechamento das lojas convencionais”, alertou.
Opinião sobre o número de feriados
A ACIA reflete a opinião da maioria dos empresários de que existem muitos feriados que diminuem a produtividade no Brasil em comparação com os países mais desenvolvidos do mundo. “Deveríamos ter no máximo um feriado nacional, um estadual e um municipal, ou, na impossibilidade disso, que os feriados que caírem nos meios de semana sejam deslocados automaticamente para a segunda-feira ou sexta-feira mais próxima”, sugeriu o presidente.
Essa proposta visa a manter a produtividade e minimizar os impactos negativos no comércio, equilibrando as comemorações dos feriados com as necessidades econômicas e de consumo da população.
Com essas perspectivas, a ACIA espera que o diálogo entre empregadores, trabalhadores e sindicatos continue buscando soluções que beneficiem a todos e fortaleçam o comércio local, mesmo em tempos de múltiplos feriados.
Foto: Internet