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Idoso é diferente de velho

Maria Regina (*)

Quero compartilhar com vocês, meus leitores, algumas considerações acerca da idade avançada. Meu avô faleceu recentemente, aos 92 anos. Que maravilha; ele foi abençoado por Deus (Pr 9, 11). Quem muito vive acumula sabedoria e tem a oportunidade de, usando-a, alcançar a paz mesmo aqui na Terra. O avançar do tempo vai nos conferindo serenidade, ponderação e, acima de tudo, paciência. Há anos venho percebendo que ser idoso é diferente de ser velho. Peço licença ao meu amigo, José Antônio Jorge, para reproduzir alguns trechos do seu valioso Dicionário Informativo, a fim de ilustrar essa diferenciação:

“Idoso é quem tem muita idade; velho quem perdeu a jovialidade. A idade causa a degenerescência das células; a velhice causa a degenerescência do espírito. O idoso se pergunta se vale a pena; o velho, sem pensar, responde não. O idoso sonha; o velho somente dorme. O idoso ainda aprende; o velho já nem ensina. O idoso se exercita; o velho apenas descansa. O idoso ainda sente amor; o velho só sente ciúmes. O idoso vive o dia de “hoje” como o “primeiro” dos demais de sua vida; o velho vive “todos os dias” como o “último” de sua longa jornada. O idoso tem “amanhãs” em seu calendário; o velho só tem “ontens”. O idoso se renova a cada dia que começa; o velho se acaba a cada noite que termina. O idoso tem planos; o velho tem saudades. O idoso possui rugas que foram marcadas pelo sorriso; o velho possui as vincadas pela amargura. Ainda que com a mesma idade em cartório, idoso e velho possuem idades diferentes em seu coração”.

Deu pra entender a diferença? Ela é bastante grande, mas depende somente da nossa forma de encarar as situações e os acontecimentos da vida. Podemos ser velhos ou optar por ser idosos. A idade está mais na cabeça do que no corpo. Cansei de ver jovens envelhecidos e idosos joviais. É tudo resultado das opções que vamos fazendo ao longo da nossa caminhada. Possuo uma colega que já é velha faz tempo. Há quinze anos atrás, ela usava o mesmo discurso de hoje: “como sou mais velha, sou também mais limitada”. Essa foi a forma que ela arrumou para se esquivar dos trabalhos difíceis e justificar seus possíveis fracassos. No fundo, sempre lhe faltou coragem para enfrentar os desafios que a vida constantemente nos oferece.

E você, é idoso ou velho? Sonha ou apenas dorme? Aprende ou já nem ensina? Vive ou pede pra morrer? É bom refletirmos acerca de tudo isso, pois colheremos amanhã o que plantarmos hoje. A existência é cheia de surpresas, algumas boas outras ruins. O segredo está em acolher a vida como ela se apresenta para nós, aceitando os maus momentos da mesma forma que aceitamos os bons. Desejo, sinceramente, que todos nós possamos ter uma vida longa e que “idosos”, nunca fiquemos “velhos”!

(*) É especialista em psicologia clínica e jurídica, autora dos livros: Buscando a Felicidade e Sementes de Esperança.

E.mail: mrghtin@ig.com.br

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